20190516 bacurau papo de cinema

Representante do Brasil entre os postulantes à cobiçada Palma de Ouro do Festival de Cannes, evento atualmente em curso na Riviera Francesa, Bacurau (2019), de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, teve críticas majoritariamente positivas dos veículos internacionais após sua première mundial, que aconteceu nesta quarta-feira, 15. Steve Pond, do site norte-americano The Wrap, apontou a relação do filme com o gore, subgênero do horror marcado por sanguinolência e brutalidade explícitas. Ele também citou o conteúdo obviamente político, vide a exploração das comunidades rurais e a displicência dos governos locais quanto à nefasta influência global dos Estados Unidos: “um faroeste em que o Velho Oeste é, na verdade, o Nordeste brasileiro e a contagem crescente de corpos tende a obliterar quaisquer pontos reflexivos que os diretores do filme queiram provar”.

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Peter Bradsahw, respeitado crítico do jornal britânico The Guardian, citou a intensidade do longa-metragem e os ecos reconhecíveis do cinema de Alejandro Jodorowsky e de Pelos Caminhos do Inferno (1971), de Ted Kotcheff, mencionando, ainda, a Trilogia dos Dólares, de Sergio Leone, como uma influência claramente observável. “ É um filme realmente estranho, partindo de algo como uma etno-antropologia de estilo documental, tornando-se uma parábola acerca de um rebanho envenenado ou um sonho febril e, depois, um banho de sangue no estilo jacobino. É algo completamente único, executado com clareza e força implacáveis”, escreveu Peter.

O estadunidense IndiWire conferiu nota B+ a Bacurau. O crítico David Ehrlich disse que ele mistura Os Sete Samurais (1954) com O Albergue (2005). A Variety, por sua vez,  não fez coro aos elogios. Peter Debruge escreveu que “é aquele raro exemplo de longa provavelmente melhor se tivesse sido mais raso ou menos ambicioso”.

No site argentino Todas Las Críticas, que está fazendo um quadro de cotações com notas de jornalistas e demais profissionais do cinema do mundo todo, Bacurau figura com uma média de 6,75, sendo 10 a nota máxima. O filme chega ao Brasil em setembro pela Vitrine Filmes. Na trama, pouco após a morte de dona Carmelita, aos 94 anos, os moradores de um pequeno povoado localizado no sertão brasileiro, chamado Bacurau, descobrem que a comunidade não consta mais em qualquer mapa. No elenco estão Udo Kier, Sônia Braga e Karine Teles.

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