O Festival de Cannes tem enfrentado um ano particularmente complicado em 2020. Enquanto o Festival de Berlim realizou sua edição anual poucas semanas antes de ser decretada a pandemia de coronavírus, em fevereiro, e o Festival de Veneza conseguiu realizar uma edição presencial com precauções de distanciamento em setembro, Cannes foi atingida no auge da pandemia. Prevista para o mês de maio, a realização presencial teve que ser cancelada.
No entanto, o diretor artístico Thierry Frémaux recusou qualquer possibilidade de exibições online, como ocorreu no Festival de Toronto. Por isso, adotou a curiosa estratégia do “selo Cannes”, indicando quais filmes teriam sido exibidos presencialmente caso o festival ocorresse normalmente. Estes títulos, que incluem os brasileiros Casa de Antiguidades (2020) e Antena da Raça (2020), foram posteriormente mostrados aos críticos e ao público em mostras paralelas dentro de outros festivais presenciais, como Veneza.
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Agora, os produtores trouxeram uma surpresa: uma “mini-edição” entre os dias 27 e 29 de outubro, realizada na Croisette, local onde são exibidos habitualmente os títulos selecionados. Apenas quatro longas-metragens com o selo Cannes serão apresentados ao público local: os franceses The Big Hit! (2020), de Emmanuel Courcol, e The French Tech (2020), de Bruno Podalydès, o japonês True Mothers (2020), de Naomi Kawase, e georgiano Beginning (2020), de Dea Kulumbegashvili. Curtas-metragens também serão exibidos no Palais des Festivals, com direito a júri e premiação.
O evento simbólico ocorre em parceria com a prefeitura da cidade de Cannes. “Graças a essa colaboração, filmes da seleção oficial serão mostrados na Croisette”, declarou o presidente do festival, Pierre Lescure. “Esta é a nossa maneira de estar em Cannes, junto da população e dos profissionais que trabalham conosco todos os anos”, concluiu.
