Festival de Cannes 2025 :: Juliette Binoche vai presidir o júri da 78ª edição. Saiba quem já teve esse privilégio e como a presidente pode influenciar a Palma de Ouro

O Festival de Cannes 2025 terá uma ilustre personalidade francesa como presidente do seu júri oficial neste ano. Juliette Binoche, uma das mais celebradfas e populares atrizes da França, foi convocada e aceitou a posição mais prestigiada num dos festivais de cinema de maior destaque do mundo. “Estou ansiosa para compartilhar minhas experiências de vida com os membros do Júri e o público. Em 1985 subi os degraus pela primeira vez com o entusiasmo e a incerteza de uma jovem atriz; nunca imaginei que retornaria 40 anos depois no papel honorário de presidente do júri. Agradeço o privilégio, a responsabilidade e a absoluta necessidade de humildade”, conclui a atriz num comunicado enviado à imprensa.

Juliette Binoche se refere à sua estreia em Cannes com Rendez-vous (1985), de André Téchiné. Portanto, a estrela volta ao tapete vermelho de Cannes agora como presidente do júri, claro, depois de ter sido figurinha fácil nessas quatro décadas com seus demais filmes. Vale lembrar que ela venceu o prêmio de melhor atriz em 2010 no evento por Cópia Fiel, de Abbas Kiarostami.

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FESTIVAL DE CANNES: QUEM JÁ FOI PRESIDENTE DO JÚRI?

O Festival de Cannes 2025 sempre reserva a presidência do júri para personalidades de destaque no mundo do cinema. No ano passado, quem ocupou esse posto foi a cineasta norte-americana Greta Gerwig. Ao longo da história do festival, nomes gigantes presidiram o júri oficial, tais como Jean Cocteau (1953/1954), Fritz Lang (1964), Luchino Visconti (1969), Ingrid Bergman (1973), Tennessee Williams (1976), Kirk Douglas (1980), Ettore Scola (1988), Clint Eastwood (1994), David Cronenberg (1999), David Lynch (2002), Isabelle Huppert (2009), Pedro Almodóvar (2017) e Vincent Lindon (2022).

FESTIVAL DE CANNES: A IMPORTÂNCIA DO CARGO

Mas, vem cá, é realmente tão importante assim ser presidente do júri no Festival de Cannes? Com certeza. Primeiro, por conta do prestígio, em virtude da importância que o cargo foia adquirindo com o passar dos anos. Presidir o júri oficial é um privilégio que automaticamente confere ao escolhido um status diferente. Segundo, porque muitas vezes a opinião de quem preside influencia diretamente a direção que o júri vai tomar na hora de atribuir a Palma de Ouro, ou seja, o prêmio máximo do evento.

Por mais que o júri seja formado por um colegiado numeroso e diverso, a Palma de Ouro tende a ter “a cara” de quem preside a turma. Uma das atribuições do ocupante do cargo é justamente oferecer diretrizes a partir das quais os demais devem ponderar os concorrentes.

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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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