Uma semana após revelar os longas de sua 51ª edição, junto aos curtas gaúchos, o Festival de Gramado – marcado para acontecer entre o dias 11 e 19 de agosto – divulgou as últimas duas personalidades que serão homenageadas em 2023. Neste ano, Lucy Barreto e Ingrid Guimarães receberão do evento os troféus Eduardo Abelin e Cidade de Gramado, respectivamente, por suas contribuições ao cinema nacional. Elas se juntarão à Laura Cardoso e Léa Garcia, que serão premiadas com o Troféu Oscarito, e Alice Braga, que será condecorada com o Kikito de Cristal. A revelação foi feita nessa terça-feira, 11, no Rio de Janeiro.
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Nascida em Uberlândia, Minas Gerais, em 1933, Lucy é considerada uma das mais importantes produtoras brasileiras. Ao lado do marido Luiz Carlos Barreto, está à frente da L.C. Barreto e Filmes do Equador. Com inúmeras assinaturas como produtora, desde os anos 1970, auxiliou no desenvolvimento de obras como consagradas como Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), Bye Bye Brasil (1980) e, principalmente, os indicados ao Oscar O Quatrilho (1995) e O Que é Isso, Companheiro? (1997). O curioso, no entanto, é que ela já havia sido homenageada pelo próprio Festival de Gramado. Em 1999 – ou seja, há mais de duas décadas – ela e o marido, o produtor Luiz Carlos Barreto, receberam em conjunto o Troféu Oscarito (o mesmo que nesse ano irá para as mãos de Laura Cardoso e Léa Garcia). Se já causou estranheza a divisão do Oscarito em 2023 entre duas atrizes (a última vez que isso havia ocorrido fora com Glória Menezes e Tarcísio Meira, em 2005 – e havia uma justificativa, afinal, eram um casal!), essa repetição com Lucy Barreto pode levantar outros questionamentos: será que, segundo os organizadores do evento, não haviam outras realizadoras no cinema nacional que mereceriam tal honraria a ponto de terem que resgatar uma figura já lembrada anteriormente?
Ingrid, por sua vez, é inédita em Gramado – o único filme que conta com uma participação dela a ter concorrido no festival foi a comédia dramática Um Homem Só (2016), que ganhou os kikitos de Atriz (Mariana Ximenes), Ator Coadjuvante (Otávio Müller), e Fotografia, no qual ela aparece apenas no elenco de apoio, sendo que nem chegou a ir à cidade na Serra Gaúcha para a exibição. Nascida em 1972, natural de Goiânia, Goiás, é atriz, humorista, roteirista e apresentadora. Tendo iniciado sua carreira nos anos 1980, atuou em diversas séries, novelas e filmes. Entretanto, sua fama nas telonas se intensificou nos anos 2010, época em que protagonizou a trilogia De Pernas pro Ar. Os dois filmes iniciais, dirigidos por Roberto Santucci, levaram mais de oito milhões de espectadores aos cinemas. O terceiro, conduzido por Júlia Rezende, ultrapassou a barreira de um milhão e meio de ingressos vendidos.
Além das honrarias, também foram conhecidos os 12 projetos que integrarão a seção competitiva de Curtas-Metragens Brasileiros. A seleção avaliou 635 produções. Os escolhidos são oriundos de diversas partes do país. A seguir, fique com a relação.
A Última Vez Que Ouvi Deus Chorar | Minas Gerais
Direção: Marco Antonio Pereira
Camaco | Minas Gerais
Direção: Breno Alvarenga
Cama Vazia | São Paulo
Direção: Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet
Casa de Bonecas | Maranhão
Direção: George Pedrosa
Deixa | Rio de Janeiro
Direção: Mariana Jaspe
Ela Mora Logo Ali | Rondônia
Direção: Fabiano Barros e Rafael Rogante
Jussara | Bahia
Direção: Camila Cordeiro Ribeiro
Mãri Hi: A Árvore Do Sonho | Roraima
Direção: Morzaniel Ɨramari e Davi Kopenawa Yanomami
Pássaro Memória | Rio de Janeiro
Direção: Leonardo Martinelli
Remendo | Espírito Santo
Direção: Roger Ghil
Sabão Líquido | Rio Grande do Sul
Direção: Fernanda Reis e Gabriel Faccini
Yãmî Yah-Pá | Rio de Janeiro
Direção: Vladimir Seixas