Neste sábado, 05, foi organizada uma conferência importante durante o 77º Festival de Veneza para debater os desafios do cinema de autor numa realidade pós-pandemia. Muito tem se comentado sobre os efeitos econômicos decorrentes dos protocolos de distanciamento social e, especificamente do fechamento das salas de cinema, para produções enormes e grandes conglomerados com investimentos altíssimos. Mas, e as iniciativas e produções médias/pequenas do ponto de vista do emprego de recursos financeiros? O painel Oportunidades e Desafios do Arthouse Pós-pandemia aconteceu no Spazio Incontri, do Hotel Excelsior, e contou com sete palestrantes, entre produtores, curadores de festival, representantes de entidades e mercado. As informações são do site CineEuropa.
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Os palestrantes mencionaram lugares com políticas específicas para a proteção dos profissionais que operam nessa lógica do Arthouse, o chamado cinema de arte, além das reivindicações para investimentos estatais especialmente empregados nos setores culturais. “Não estamos pedindo muito, considerando que 4,2% do PIB europeu é produzido por meio de atividades culturais”, disse Sabine Verheyen, presidente do Comitê de Cultura e Educação do Parlamento Europeu. Ela explicou que, num cenário ideal, o novo orçamento deveria ser de € 2,8 bilhões distribuídos em sete anos. No entanto, certos estados membros relutam e estão pressionando por um investimento de € 1,64 bilhão, valor apenas um pouco mais alto do que nos sete anos anteriores.
Na conversa, foram citadas, ainda, a atual situação dos exibidores franceses. O CNC, órgão que cuida das questões concernentes ao audiovisual do país europeu, implementou diversas medidas específicas, isso de acordo com o diretor de relações internacionais da entidade, Mathieu Fournet. Em setembro será lançado um programa de novos bônus para produtores e distribuidores franceses para estimular o lançamento de títulos. No encontro foram mencionados, também, o desempenho fraco das salas alternativas na reabertura ocorrida em Bélgica, Holanda e Luxemburgo. Mas, Domenico Di Noia, presidente da associação de cinemas de arte da Itália, está confiante de que a crise pode se tornar uma oportunidade para os filmes de arte europeus: “nosso cinema pode se tornar mais competitivo e mais presente”. E no Brasil, quando vamos ter uma discussão comprometida com a Cultura, hein?
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