Os grandes festivais de cinema têm encontrado dificuldades para se acomodarem às necessidades de isolamento social exigidas pela pandemia de Covid-19. O Festival de Berlim, tradicionalmente organizado no mês de fevereiro, conseguiu manter sua edição presencial antes da disseminação ampla da doença, adotando as devidas precauções. O Festival de Cannes, em maio, precisou ter sua edição 2020 adiada a uma data ainda não definida.
Agora chegou a vez de o Festival de Veneza, reservado ao mês de setembro, decidir a melhor postura a adotar para próxima edição. Ao contrário do Festival de Toronto, que cogita uma versão inteiramente realizada online, o diretor artístico de Veneza, Alberto Barbera, não trabalha com essa possibilidade. “Toronto é outro tipo de festival, não é comparável a Cannes ou Veneza”, ele justifica à Variety.
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“O Festival de Cinema de Veneza não pode ser substituído por uma versão online”, continua. “Existe obviamente a possibilidade de usarmos a tecnologia para algumas iniciativas, mas ainda é muito cedo para decidir”. De qualquer modo, o porta-voz do evento afirma que eliminar a versão presencial está fora de cogitação.
O Festival de Veneza tem gerado uma apreensão particular na imprensa cultural e no circuito cinéfilo: além de a Itália ter sido um dos países mais fortemente afetados pelo vírus, os cinemas têm medo de retomar suas atividades para encontrarem um público ainda reticente, ou ainda serem obrigados a fechar as salas novamente, assim como na China, por medo de uma nova onda de contaminação.
Quanto ao cenário brasileiro, o Festival de Brasília anunciou uma versão online do evento em 2020, enquanto o Cine PE e o Olhar de Cinema preferiram adiar suas edições para uma data a determinar.