Depois de intensas discussões, o Festival de Veneza decidiu manter sua edição 2020 em formato presencial, a partir de 2 de setembro como previsto originalmente. À medida que a Itália atravessa um período de “semi-liberação” do isolamento social, com atividades ao ar livre retomando progressivamente, o diretor artístico Roberto Cicutto calcula que a data será suficiente para organizar o festival no modelo tradicional.
A decisão vem após longas semanas de especulação de que o evento italiano mudaria suas datas para se acomodar aos grandes festivais do primeiro semestre – especialmente o Festival de Cannes – que buscam uma nova janela para a edição 2020. Thierry Frémaux, diretor artístico em Cannes, vinha discutindo com outros festivais na intenção de organizar uma agenda conjunta, sem sucesso. “Ele não diz o que quer fazer”, reclamou Cicutto publicamente, antes de manter sua data original.
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Mesmo assim, o Festival de Veneza pode sofrer algumas alterações, suspendendo grandes eventos ao ar livre e adequando algumas de suas atividades ao formato “extraterritorial”, segundo seu organizador, o que provavelmente implica na versão digital de algumas seções ou atividades paralelas. A mostra competitiva e suas principais sessões conjuntas – como a Orizzonti, uma das mais receptivas ao cinema brasileiro – devem ocorrer nas salas de cinema habituais.
“Vamos ter que ver quais condições vamos encontrar. Não temos uma bola de cristal”, frisa Cicutto, que ainda acredita na possibilidade de pequenos ajustes dentro do formato presencial caso necessário. Ele afirma que a equipe está fazendo simulações neste momento para se adequar a diferentes quadros sanitários referentes à pandemia.
Vale lembrar que a Itália foi um dos países mais fortemente afetados pelo coronavírus, e embora esteja planejando a reabertura, ainda teme por uma nova onda de contaminações que colocaria o país em quarentena novamente. Quanto aos demais festivais, Karlovy Vary e Locarno ainda não definiram quando vão organizar suas edições 2020, e em qual formato.
