Alguns meses atrás, a crise no financiamento cultural despertou medo nos cinéfilos cariocas de perder o seu principal evento cinematográfico do ano: o Festival do Rio. Através de muita persistência e colaboração por meio de plataformas de doações, o evento está confirmado, com uma programação que não deixa a desejar a nenhum outro festival deste porte.
Entre os dias 9 e 19 de dezembro, o público vai poder conferir em primeira mão algumas produções americanas cotadas para o próximo Oscar, como Adoráveis Mulheres (2019, filme de abertura), O Escândalo (2019), inspirado em casos de assédio sexual, Jojo Rabbit (2019), releitura cômica sobre Adolf Hitler, e O Farol (2019), filme de terror do mesmo diretor de A Bruxa (2015).
Mesmo assim, existem muitas opções além dos grandes títulos dos Estados Unidos. O cinema independente e radical será muito bem representado por Vitalina Varela (2019), vencedor do Festival de Locarno, A Interrupção (2019), de Lav Diaz, e Antologia da Cidade Fantasma (2019), drama perturbador selecionado no último Festival de Berlim. Little Joe (2019), controversa fábula apresentada em Cannes, também será exibida pela primeira vez no Rio.
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O cinema brasileiro marca presença em quantidade recorde: serão quase noventa filmes, entre longas-metragens e médias-metragens. Fim de Festa (2019), de Hilton Lacerda, promete repetir o furor do belíssimo Tatuagem (2013), enquanto Piedade (2019) e A Febre (2019) correspondem a dois destaques do último Festival de Brasília. O belíssimo Sete Anos em Maio (2019), de Affonso Uchôa, também integra a seleção.
Para quem estiver buscando por novas vozes, a mostra Expectativa 2019 traz o melhor do cinema feito por jovens cineastas. O excelente O Que Arde (2019), indicado a vários prêmios Goya, e o delicado drama LGBT Então Nós Dançamos (2019), representante da Suécia no Oscar, são boas pedidas ao público. O sérvio Cicatrizes (2019), destaque da última Mostra de São Paulo, surpreende ao apresentar um drama familiar complexo sem sentimentalismo.
Na Première Latina, a atenção se volta a duas coproduções brasileiras: Breve História do Planeta Verde (2019), uma representação queer do cinema de gênero, e Aos Olhos de Ernesto (2019), vencedor do prêmio da crítica na última Mostra de SP.
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