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Diante da realidade inconstante por conta dos efeitos da pandemia, vários festivais cinematográficos migraram para o ambiente online e alguns deles optaram pela via híbrida, ou seja, com parte da programação acontecendo virtualmente e a outra em âmbito presencial. Infelizmente, nesta quinta-feira, 03, foi anunciado que o Festival do Rio não terá uma edição 2020. “A direção do Festival do Rio anuncia que a edição 2020, que seria realizada em dezembro, será adiada e reformulada em decorrência das dificuldades financeiras e sanitárias do momento. Eventos híbridos – presenciais e/ou com transmissão pela internet – estão em planejamento e avaliação com parceiros e potenciais patrocinadores para o primeiro semestre de 2021”. Como bem explicita a nota, os organizadores optaram pela expressão “adiado”, uma vez que existe a possibilidade de ações entre março e junho de 2021, além da manutenção da previsão do retorno às atividades normais em outubro de 2021, aí sim, com a realização da 21ª edição de um dos mais importantes eventos de cinema da América Latina.

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Não é de hoje que o Festival do Rio vive momentos de indefinição. Basta lembrar que em 2019 sua realização apenas foi possível pelo imenso engajamento público numa campanha de financiamento coletivo. A retirada de auxílio estatal (municipal, estadual e federal) vem pesando de modo determinante para essa situação. Em 2020, em virtude das efeitos da pandemia, a realização do Festival do Rio ficou insustentável. Assim como o Festival de Cannes, que não teve edição em 2020, ele vai anunciar os filmes selecionados à Mostra Première Brasil. Os curtas e longas escolhidos serão destaque das ações que possam ser realizadas entre março e junho de 2021. “A direção reafirma seu compromisso firme e inabalável com a indústria audiovisual, com a cidade do Rio de Janeiro, com o país e com o cinema brasileiro. O que nos levou a decidir prosseguir com uma seleção oficial da Première Brasil”.

Ilda Santiado, diretora do Festival do Rio, se pronunciou na nota: “O Festival do Rio está trabalhando ao lado de seus patrocinadores e parceiros. E vislumbramos uma cidade renascendo com uma nova prefeitura. Canais de TV e plataformas de streaming, exibidores e distribuidores, parceiros institucionais e institutos culturais, todos queremos e precisamos do Festival. A cidade precisa do Festival. Mas, sobretudo, os produtores nacionais precisam de uma vitrine como a Première Brasil. A ideia é realizar projeções especiais ao longo do primeiro semestre de 2021 como forma de manter viva a relação do público com a Première Brasil e com o Festival”.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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