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Até o dia 20 de agosto, o Festival Goiamum Audiovisual segue apresentando dezenas de produções latino-americanas, com foco na cinematografia potiguar, em versões gratuitas e online. A programação fica disponível tanto nas plataformas parceiras da Embaúba Play e Spcine Play quanto no canal no Goiamum no YouTube. Em paralelo, o calendário do evento inclui importantes mesas com convidados. Após debates sobre o cinema andino e a luta da arte contra a escalada do autoritarismo, o Goiamum propõe nesta quinta-feira, 19 de agosto, uma conversa sobre o Cinema Potiguar Ontem e Hoje.
A discussão ocorre ao vivo, às 20h, através do YouTube. A diretora Diana Coelho (de Em Reforma, 2019), o diretor Pedro Fiuza (de Vai Melhorar, 2020) e o jornalista Raildon Lucena, diretor do Curta Caicó, são os convidados, enquanto Mary Land Brito faz a mediação. O olhar dos autores completa aquele da diretora e curadora Keila Sena que afirma, em entrevista ao Papo de Cinema: “A cena está bem estabelecida para o curta-metragem potiguar, mas ainda falta chegar ao longa. Escuto falar de produtores desenvolvendo projetos, mas não temos uma produção constante, como é o caso do curta”.
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Em Reforma, de Diana Coelho

Um dos pontos altos do evento até agora, nas palavras de Keila Sena, foi a discussão sobre o cinema brasileiro enfrentando as vozes antidemocráticas. Rodolfo Holanda, coordenador de programação do Goiamum, explica: “A ideia do nosso terceiro encontro foi trazer uma reflexão do papel do cinema diante de um momento de escalada de tensões políticas, com repercussões sobretudo na arte. Entendemos que o festival não deveria se furtar em levantar essa questão, seja porque as nossas políticas de incentivo e fomento estão sendo desfeitas, seja porque estamos sofrendo com ataques diretos, como o abandono da Cinemateca bem reflete”.
“O Goiamum é um festival que existe a partir da articulação da classe audiovisual potiguar, inicialmente formada por organizações e realizadores independentes. Então para nós foi uma grande alegria poder contar com a presença da Cristina Amaral, do Adirley Queirós e do Eryk Rocha nesse momento; são realizadores que pensam o Brasil, que estão envolvidos de alguma forma em construções estéticas no sentido de interpretação a nossa realidade e suas inúmeras contradições”, conclui Holanda.
Enquanto o festival fomenta o debate, ele disponibiliza aos espectadores filmes aclamados como Edna (2021), de Eryk Rocha; Jovens Infelizes ou um Homem que Grita Não É um Urso que Dança (2016), de Thiago B. Mendonça; Verde Limão (2018), de Henrique Arruda, No Fim do Mundo (2017), de Victor Ciriaco, e O Menino do Dente de Ouro (2015), de Rodrigo Sena.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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