Embora a maior parte do 10º Festival Goiamum Audiovisual não possua caráter competitivo, os realizadores reservaram um espaço para premiar os melhores projetos desenvolvidos durante o período de crise relacionado à Covid-19. Trata-se da Mostra Dilemas do Presente: Um Olhar sobre a Pandemia, que apresentou sete curtas-metragens concebidos e finalizados durante a quarentena.
Na cerimônia de encerramento desta sexta-feira, 20 de agosto, o júri oficial composto por Lisabete Coradini, André Santos e Fábio DeSilva entregou o prêmio principal ao filme potiguar Cabeça de Luz (2021), dirigido por Carito Cavalcanti e Fernando Suassuna. Os autores recolheram depoimentos via smartphone de pessoas reclusas em suas casas, refletindo sobre a importância dos filmes em formato caseiro e a falta das salas de cinema. Nas palavras dos criadores, “a sétima arte nunca foi tão necessária quanto agora”.
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Cobertura :: 10º Festival Goiamum Audiovisual (2021)
Em segundo lugar, os membros do júri recompensaram o curta-metragem Oi, Carlos (2020), um “pós-filme” nas palavras da cineasta Paula Vanina, e em terceiro lugar, o filme Asab (2021), de Ariane Mondo, que propõe uma performance refletindo os sentimentos provocados pelo isolamento social. Já o prêmio da crítica, determinado pela Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Norte, elegeu a ficção Impermanentes (2021), de Júlio Castro e Manoel Batista, como melhor título da Mostra.
Em entrevista ao Papo de Cinema, a diretora do festival, Keila Sena, ofereceu seu balanço desta edição online: “O Brasil tem muitos temas a discutir neste momento, e o festival pode ser um destes espaços de debate. Nós fizemos mais do que apenas celebrar os 10 anos do Goiamum. O festival teve um papel social, e contribuiu com o que estamos vivendo hoje”.