Talvez você já tenha saído de alguma sessão de cinema dizendo que o filme é “hipnotizante”. Mas o Festival de Gotemburgo, na Suécia, leva esta ideia a outro nível. Um especialista em hipnose foi contratado para efetuar um experimento com o público durante três sessões, dos filmes Memoria (2021), de Apichatpong Weerasethakul; Land of Dreams (2021), de Shirin Neshat; e Speak No Evil (2022), de Christian Tafdrup.
O profissional pretende “transformar o estado de espírito da plateia de acordo com o ambiente e o tema do filme”, e promete romper a imersão hipnótica somente no final da sessão. Jonas Holmberg, diretor artístico do festival sueco, explica que a iniciativa visa “levantar questões sobre submissão, transgressão e controle”, em especial após as “regras e restrições do último ano”, relacionadas à Covid-19.
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Holmberg completa: “Assistir a um filme no cinema pode ser extremamente hipnótico. Em casa, com um tablet, fica muito mais difícil se concentrar, você precisa estar realmente concentrado no filme. O Cinema Hipnótico será tanto um tributo quanto uma extensão da experiência de assistir a filmes numa sala de cinema”.
Esta não é a primeira vez que o Festival de Gotemburgo brinca com as configurações da espectatorialidade. Nos anos anteriores, o evento colocou os espectadores dentro de caixões durante uma sessão, para testar os limites da claustrofobia, e escolheu uma única pessoa para ficar isolada durante sete dias numa ilha deserta, assistindo à integralidade de filmes da programação.
Você aceitaria o convite para um Cinema Hipnótico? Assista ao trailer desta sessão muito especial:

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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