Desde que o Covid-19 se disseminou mundialmente, provocando milhares de mortes e expondo as limitações dos sistemas nacionais de saúde, as filmagens de cinemas e séries foram praticamente interrompidas. Algumas produções cujas diárias tinham sido concluídas conseguiram manter o trabalho de pós-produção de maneira isolada, com editores de imagem, de som e outros profissionais executando suas tarefas à distância.

Mesmo assim, não se tinha notícia de filmagem que havia continuado normalmente durante a pandemia – ou pelo menos, até agora. O filme de terror Warhunt, estrelado por Mickey Rourke, Jackson Rathbone e Robert Knepper conseguiu autorização do governo da Letônia para continuar as filmagens, contanto que regras estritas de segurança fossem adotadas contra o coronavírus. “Foi surreal no começo, mas aos poucos cada técnico ou ator se acostumou com as máscaras, e ficamos ainda mais focados”, defende o diretor Mauro Borrelli à Variety.

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Warhunt. Foto: Divulgação

 

Além das máscaras, cada membro da equipe tinha sua temperatura medida duas vezes por dia, sendo afastado em caso de febre. Os equipamentos eram desinfetados com frequência, e cada profissional manuseava apenas seus aparelhos, minimizando trocas – isso valia inclusive para maquiadores com seus pincéis e estojos. A equipe afirma ter mantido o distanciamento social dentro do possível.

“Isso rapidamente se tornou uma norma e todos se acostumaram”, explica a produtor Yu-Fai Suen. “Tivemos que mudar a agenda para Mickey Rourke poder voar à Letônia antes de as fronteiras serem fechadas, e felizmente ele concordou em chegar mais cedo para driblar o isolamento. Mudamos os dias de filmagem para nos adequar a esta realidade”, conclui.

Assim, o trabalho acaba de ser concluído na cidade de Riga. Warhunt traz a história de soldados norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Quando eles se escondem numa floresta alemã para evitar ataques inimigos, acabam se deparando com um grupo de bruxas. Ainda não há previsão de lançamento nos cinemas, visto que o calendário do início de 2020 deve ser inteiramente reestruturado após a reabertura dos cinemas.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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