Quinta-feira é o dia pelo qual todos esperamos. Claro, pois semanalmente é nele que a Filme Filme promove suas principais estreias nas seções Festivais, Documentários e Populares. Vale lembrar que nesta semana, excepcionalmente, um dos lançamentos foi antecipado. Vou Nadar Até Você (2018) foi disponibilizado na última terça-feira, encorpando o catálogo dos longas-metragens populares da Filme Filme. E para fazer companhia ao filme protagonizado por Bruna Marquezine (sobre o qual você pode ler aqui), a equipe de curadores escolheu a dedo dois filmaços. Um deles é um multipremiado brasileiro, que fez muito sucesso principalmente nos festivais de Berlim e do Rio. Não é pouca coisa. Já o outro é um documentário belíssimo indicado ao Oscar, dirigido por uma dupla aparentemente improvável, formada por um fotógrafo descolado e uma octogenária precursora da Nouvelle Vague francesa. Confira abaixo porque está simplesmente imperdível o cardápio de lançamentos da Filme Filme.
Tinta Bruta, de Filipe Matzembacher, Marcio Reolon
Vencedor do Teddy Awards no Festival de Berlim (prêmio destinado a produções de temática LGBTQI+), o filme da dupla gaúcha fez bonito também no 24º Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro, pois nele foi premiado como Melhor Revelação Masculina (Shico Menegat) e indicado a Melhor Direção de Fotografia e Roteiro Original.
“Tinta Bruta, mais recente longa-metragem de Filipe Matzembacher e Márcio Reolon, retrata a solidão em tempos de rede sociais e parcos contatos online. Mais do que isso: mostra as dificuldades de uma conexão real entre as pessoas e como cada um lida com esse fato (…) A dupla de cineastas não se limita a um texto recheado de ótimos e atuais diálogos sobre os relacionamentos modernos (como o pontual, mas não menos interessante, relato de uma amiga de Leo sobre o fim do namoro). É nos pequenos detalhes da câmera sobre o olhar dos outros que muito é dito. Pedro, com seus cabelos crespos e levemente compridos, o corpo esguio e uma personalidade que beira à androginia, causa efeito nas pessoas”. Confira aqui a nossa crítica completa.
EXCLUSIVO :: Entrevista com os diretores Marcio Reolon e Filipe Matzembacher
Visages Villages, de Agnès Varda, JR
Indicado ao Oscar e ao César de Melhor Documentário, o longa-metragem foi exibido nos festivais de Cannes, Toronto, Londres e Vancouver, isso para destacar apenas os mais conhecidos.
“Varda e JR não dispensam a ficção, e mostram um gosto especial por explorar os limites entre as linguagens, brincando constantemente com a representação cinematográfica. Todas as discussões da dupla sobre o processo criativo, por exemplo, refletem embates reais, mas são apresentadas de modo conscientemente encenado, resultando em sequências divertidas e leves, com gags visuais e jogos de palavras (…) A harmonia entre o natural e o moldado pela visão artística sustenta o tom lúdico que envolve o documentário – das animações nos créditos iniciais e finais, passando pela van envelopada como máquina fotográfica na qual Varda e JR viajam, até o episódio em que os dois reencenam a sequência da corrida pelo Louvre de Band à Part (1964), de Godard”. Confira aqui a nossa crítica completa.
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