Boa parte de nós segue em confinamento por conta da pandemia. E a Filme Filme está ajudando demais nesses tempos de isolamento social, semanalmente ofertando cada vez mais exemplares em seu catálogo, tendo o cuidado de mantê-lo diverso, ou seja, para diversos gostos. A partir desta quinta-feira, 30, por exemplo, a empresa disponibiliza mais três exemplares daqueles que certamente valem a conferida. Para começo de conversa, temos um filme que primeiramente chama a atenção pelo desafio técnico ao qual se propôs. Na sequência, o documentário dirigido por um dos cineastas brasileiros mais importantes da atualidade, focado numa questão de extrema relevância. Por fim, um suspense italiano daqueles de tirar o fôlego. Vai perder? Confira os lançamentos da semana da Filme Filme e aproveite, também, para dar uma olhada no nosso material exclusivo sobre essas produções.
Victoria, de Sebastian Schipper
Antes de chegar propriamente à trama, é bom dizer que este filme foi rodado em plano-sequência, ou seja, não há cortes, existe apenas uma tomada. Então, além de qualquer coisa, o resultado se configura num prodígio impressionante. Mas, o quarto longa-metragem do cineasta Sebastian Schipper não vale apenas o quanto pesa o cumprimento dessa tarefa de ordem técnica. É pungente o andamento do enredo que dá conta de uma jovem espanhola que acaba se metendo numa encrenca danada ao conhecer quatro rapazes numa festa em Berlim. O longa-metragem foi o grande vencedor do German Film Awards 2015, levando para casa sete dos oito prêmios aos quais concorria. Além disso, fez parte da seleção do BAFICI 2015 e do Festival de Berlim do mesmo ano, de onde saiu laureado. Filmes sobre liberdade podem ser piegas, mas não Victória e você vai precisar conferir para entender. Confira aqui a nossa crítica completa.
Aeroporto Central: THF, de Karim Aïnouz
Depois de ter ganhado o troféu da Anistia Internacional no Festival de Berlim de 2018, Aeroporto Central: THF teve
sua primeira exibição do Brasil no mesmo ano, durante o Festival do Rio, ocasião em que entrevistamos Karim Aïnouz (este Papo de Cinema você confere abaixo). O lançamento por aqui nas telonas estava previsto para o início de 2020, mas o fechamento temporário das salas de cinema impediu isso, o que levou esse documentário diretamente ao streaming/VoD. O filme fala sobre uma situação insólita no coração de Berlim. O aeroporto de Tempelhof, atualmente desativado, mas anteriormente uma das glórias do regime nazista, abriga uma grande quantidade de estrangeiros refugiados. Boa parte dessa realidade nós é apresentada por meio da perspectiva de um jovem sírio que, assim como todos por ali, vive num intermitente estado de suspensão. Um filme que fala de maneira sensível de uma das crises mais graves da contemporaneidade. Confira aqui a nossa crítica completa.
EXCLUSIVO :: “Se você não se indignar, acaba morrendo à margem”, diz Karim Aïnouz
O Caravaggio Roubado, de Roberto Andò
Exibido pela primeira vez no Festival de Veneza de 2018, e com um orçamento relativamente modesto para uma produção europeia, este longa-metragem italiano dirigido por Roberto Andò aborda uma jovem secretária de um produtor de cinema, que também desempenha a função de escritora fantasma para um roteirista de sucesso, levada a imergir numa rede de conspirações ao receber de um desconhecido a trama de um filme chamado A História sem Nome. O mote é o misterioso roubo da pintura Natività, de Caravaggio. Se trata de um bom exemplo da ficção se apropriando de dados reais para acontecer, uma vez que uma das mais famosas pinturas de Michelangelo Merisi, conhecido apenas como Caravaggio, foi efetivamente roubada. Já que seu destino permanece incógnito até hoje, várias teorias foram desenvolvidas ao longo do tempo. Confira aqui a nossa crítica completa.
EXCLUSIVO :: “A realidade pode ser muito mais complexa que o imaginado”, diz Roberto Andò