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Por enquanto, a plataforma online Filme Filme se constrói em torno de três eixos: os “filmes de festivais”, que incluem tanto títulos premiados em Cannes e Berlim quanto vencedores dos eventos brasileiros, os “populares” e os documentários. Em breve, o serviço passa a incorporar também curtas-metragens, que serão escolhidos pelo CEO Bruno Beauchamps em parceria com os cineastas Lina Chamie e Eryk Rocha.

“Meu envolvimento é de colaborar com a curadoria, e pensar este novo espaço dos curtas-metragens dentro da plataforma”, explica Eryk Rocha, diretor dos premiados Breve Miragem de Sol (2019), Cinema Novo (2016) e Campo de Jogo (2015), ao Papo de Cinema. “Precisamos entender o conceito e recortes de curadoria. O curta, como o próprio cinema, é bastante abrangente, então ainda precisamos construir este espaço. Precisamos equilibrar o que desejamos e o que é de fato possível, porque ainda vamos estabelecer um diálogo com os diretores e produtores. Muitos filmes estão comprometidos, outros estão disponíveis no YouTube…”.

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Eryk Rocha

 

Apesar de a chamada de curtas-metragens não especificar gêneros nem data de produção, o cineasta garante que a ideia inicial é abraçar todas as possibilidades: “Estamos abertos a todos os gêneros, pelo menos, este é o nosso desejo. Vamos dialogar com todas as possibilidades que o cinema traz. O curta-metragem é um espaço muito fértil de experimentação e de possibilidades, o que ajuda a pensar o próprio cinema. Isso também é muito contemporâneo, por trabalhar um tipo de comunicação e uma linguagem integrada com os nossos dias. Existe a questão das redes sociais, da imagem em movimento presente em todos os suportes. Estamos sempre vendo milhares de vídeos, clipes, entrevistas e filmes diariamente. Como o curta pode navegar nestas plataformas, e ser incorporado na vida de mais pessoas?”.

O cineasta acredita, portanto, que não seja necessário criar uma demanda específica para o curta-metragem: “Por um lado, já temos uma relação muito forte com formatos curtos de audiovisual. Por outro lado, o curta traz uma polifonia de linguagens e propostas possíveis que ainda precisa ser expandida para novos públicos. Qualquer pessoa vai poder pagar uma quantia muito baixa e ver um curta no seu celular, seu computador”.

Rocha, Chamie e Beauchamps ainda precisam definir se os filmes estarão disponíveis de maneira individual, ou agrupados por sessões temáticas, ou de um mesmo diretor: “Provavelmente teremos recortes por direção ou por temas. Os filmes vão dialogar entre si. Estamos num momento anterior a isso por enquanto, recebendo diversos curtas-metragens. Com isso em mãos, vamos estudar os filmes existentes, aqueles os quais a gente possa contar em termos de contrato e viabilização, para definir os formatos. Essa primeira leva vai ser muito importante, porque vai constituir a primeira imagem da janela em relação aos curtas. Isso vai ditar o DNA do projeto e da curadoria, além de indicar os próximos caminhos a percorrer”.

Qualquer filme com duração entre 3 e 30 minutos pode ser enviado ao e-mail [email protected] até o dia 30 de abril.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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