Nós, fãs de David Lynch, ficamos animados com qualquer gesto desse artista que está entre os mais importantes do cinema. Depois de Império dos Sonhos (2006), seu último (e desconcertante) longa-metragem com lançamento nas telonas, ele nos presenteou com a (brilhante) terceira temporada de Twin Peaks em 2017 e, neste ano, disponibilizou o curta-metragem What Did Jack Do? (2019), uma brincadeira bizarra (e ótima) com os códigos do cinema noir. Pois bem, o realizador está bem próximo de estrear on-line, agora no YouTube, um de seus curtas ainda não lançados ao público. Se trata de Fire (2015), escrito, dirigido e animado por Lynch e que conta com a trilha sonora de Marek Zebrowski. O filme será hospedado na conta oficial do cineasta nesta quarta-feira, 20. Não dá pra perder, né?

No ano de 2015, falando sobre esse filme apenas antes exibido em eventos fechados, Lynch disse: “O ponto principal desse experimento era que eu não falava nada sobre minhas intenções e Marek interpretava o visual à sua maneira. Por isso, digo que foi uma experiência de sucesso. Adorei a composição que Marek escreveu para o Penderecki String Quartet”. Marek Zebrowski também falou sobre o curta na ocasião: “Me pareceu um filme melancólico em certo sentido e também bastante poético. Sem tentar ser muito explícito, tentei ilustrar melhor o que David estava fazendo. Por exemplo, há algo que parece uma tempestade de granizo e usei muito pizzicato, mas também uma linha melódica crescente para adicionar um elemento lírico”. Quanto à trama, precisaremos esperar até amanhã para conferir no canal oficial de Lynch no Youtube.

Aliás, David Lynch, conhecido por ser um multiartista no mais das vezes recluso, tem se expressado bastante nesses tempos de pandemia. Após mais de 15 anos, voltou a oferecer vídeos diários com suas leituras do clima de Los Angeles (para mais informações, leia a notícia relacionada abaixo). E, numa recente entrevista ao The Hollywood Reporter, quando perguntado sobre seu interesse pela versão de Duna dirigida por Denis Villeneuve, ele foi enfático: “Não tenho interesse. Adaptar esse livro me rendeu muitas dores de cabeça, foi um fracasso e não tive direito ao corte final. O resultado não é o filme que gostaria de fazer. Gosto de partes, mas para mim foi um fracasso total”.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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