Gigantes de Hollywood suspendem doações a congressistas golpistas nos EUA

Para muitos, a ascensão do pensamento extremista no mundo tem apenas um inimigo efetivo: a inanição financeira. E agora, Hollywood – seja por consciência ou algum tipo de senso se preservação – começa a fazer um movimento neste sentido. De acordo com a revista norte-americana Variety, a Motion Picture Association (associação que representa os maiores estúdios dos Estados Unidos) e a Disney se juntaram às inúmeras empresas que já vetaram qualquer doação para membros do congresso que votaram contrários à certificação de Joe Biden como presidente eleito. Num comunicado enviado à imprensa na noite desta terça-feira, 12, a MPA afirmou estar “chocada e triste com os recentes acontecimentos”, assim se referindo à vergonhosa invasão ao Capitólio um pouco antes da diplomação de Biden, e que cortará qualquer doação aos oito senadores e 139 representantes que votaram para rejeitar votos do Arizona ou da Pensilvânia. Já a Disney também informou algo bastante semelhante.

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“A insurreição no Capitólio de nossa nação foi um ataque direto a um dos princípios mais reverenciados de nosso país: a transição pacífica de poder. Imediatamente após aquele cerco terrível, os membros do Congresso tiveram a oportunidade de se unir – uma oportunidade que alguns infelizmente se recusaram a abraçar. À luz desses eventos, decidimos que não faremos contribuições políticas em 2021 aos legisladores que votaram pela rejeição da certificação dos votos do Colégio Eleitoral”, disse Disney, também num comunicado. Pelo jeito, Donald Trump e companhia começarão a ficar isolados. No Brasil, infelizmente a nossa estrutura cinematográfica permanece sob o jugo ignorante e displicente de um governo alinhado com ideais fundamentalistas. Mas, adoraríamos ver por aqui também a torneira desse pessoal começar a secar. O povo de Hollywood marcou um golaço, temos de reconhecer.

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Marcelo Müller

Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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