Considerada uma das grandes damas do teatro e do cinema britânico, a atriz Glenda Jackson faleceu nesta quinta-feira, 15. Segundo um comunicado de seu agente, Lionel Larner, a vencedora de duas estatuetas do Oscar “morreu em paz em sua casa em Blackheath, Londres, ao lado da família após uma breve doença”. Conhecida por aceitar papéis controversos que muitas atrizes recusavam, Glenda se tornou uma estrela dos anos 1970, acumulou premiações e chegou a atuar como política.
LEIA MAIS
– Treat Williams, astro de Chicago Fire e do musical Hair, morre aos 71 anos
– Margit Carstensen, a Petra von Kant de Fassbinder, morre aos 83 anos
– Kenneth Anger, expoente dos cinemas queer e underground, morre aos 96 anos
Nascida em Birkenhead, na Inglaterra, em 1936, Glenda May Jackson trabalhou como atendente de farmácias na adolescência. Aos 18, foi selecionada para o Royal Academy of Dramatic Art. Se formou em 1957 e estreou no teatro no mesmo ano com a peça “Separate Tables” de Terence Rattingan. Na mesma época, debutou na TV com a série ITV Play of the Week. Após algumas pontas, sua trajetória no cinema começou, de fato, apenas em 1967 com o musical A Perseguição e o Assassinato de Jean-Paul Marat Desempenhados Pelos Loucos do Asilo de Charenton Sob a Direção do Marquês de Sade.
Seu trabalho ganhou reconhecimento a partir do romance Mulheres Apaixonadas (1969), de Ken Russell, que lhe rendeu o Oscar de Melhor Atriz na cerimônia da Academia em 1971. Em 1974, ganhou sua segunda estatueta, na mesma categoria, pela comédia romântica Um Toque de Classe (1973). Até o início dos anos 1980, Glenda já havia também se destacado em outras diversas premiações de renome, como Emmy, BAFTA e Globo de Ouro, consolidando sua fama internacional.
Dos sets para o Palácio de Westminster
A partir dos anos 1990, Jackson diminuiu consideravelmente o ritmo de sua carreira para se dedicar à política. Em 1992, aos 56 anos, foi eleita deputada do distrito eleitoral de Hampstead and Highgate, em Camden, pelo Partido Trabalhista. Na época, após a vitória, segundo a BBC, a atriz disse que “o melhor teatro é tentar dizer a verdade, e a melhor política é tentar dizer a verdade”. Em 1997, foi nomeada Ministra do Transporte pelo primeiro-ministro britânico Tony Blair. Foi reeleita novamente em 2010 como deputada de Hampstead and Kilburn. De ideologia esquerdista, se tornou crítica ao projeto “New Labour”, de Blair, e protestou contra a invasão do Iraque. Em um de seus discursos mais lembrados, Glenda criticou o legado da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher no dia de seu funeral em 2013. “A primeira primeira-ministra é do gênero feminino, ok. Mas uma mulher? Não de acordo com os meus termos“, disse.
A última aparição de Jackson foi em O Domingo das Mães (2021), de Eva Husson, em que atuou ao lado de Colin Firth, Olivia Colman e Josh O’Connor. Na trama, interpreta a versão madura da personagem Jane Fairchild (Odessa Young). Ainda na fase de pós-produção, o drama The Great Escaper contou com o desempenho da atriz e deve ser lançado brevemente. Na obra, ela faz par com Michael Caine. Ela deixa o filho Dan Hodges, popular colunista de jornal.
Últimos artigos deVictor Hugo Furtado (Ver Tudo)
- Top Top :: 05 motivos para assistir nos cinemas ao filme Todo Tempo Que Temos - 5 de novembro de 2024
- Skeleton Crew :: Trailer e pôster revelam data de estreia da nova série Star Wars - 5 de novembro de 2024
- Marvel :: Teaser revela data de estreia de Deadpool & Wolverine no streaming e outras novidades - 5 de novembro de 2024
Deixe um comentário