Nas últimas semanas, o Globo de Ouro anunciou mudanças no estatuto da premiação, relacionadas à pandemia de Covid-19. A Hollywood Foreign Press Association (HFPA) divulgou a decisão de que filme lançados diretamente em streaming, ainda que tivessem planos iniciais para a estreia em salas de cinema, poderiam concorrer a prêmios. A medida visava compensar produções prejudicadas pelo fechamento dos cinemas.
Agora, novas medidas foram adotadas. A partir da cerimônia de 2021, produções estrangeiras proibidas de estrear em seus próprios países por motivo de censura se tornam elegíveis pelos votantes. Tradicionalmente, exige-se que um filme tenha estreado em seu próprio país para se qualificar ao Globo de Ouro. De acordo com as novas condições, filmes recentes como o queniano Rafiki (2018), censurado por abordar a homossexualidade, e o paquistanês Sarbjit (2016), censurado pelo posicionamento contrário ao governo, poderiam concorrer a prêmios.
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Outras mudanças incluem a categoria de minissérie, tema de longa controvérsia dentro da Associação. Durante os últimos anos, a HFPA hesitava entre classificar séries antológicas e minisséries dentro da categoria “série dramática”, “série limitada” ou “telefilme”. Agora, projetos como Black Mirror (2011 – ) e American Horror Story (2011 – ) serão acomodados dentro da nova, e mais global, categoria “melhor série limitada, série antológica ou telefilme”.
Além disso, o Globo de Ouro decidiu manter a norma segundo a qual atores cujo rosto não é visto no filme não poderão ser indicados à premiação, o que exclui dubladores e casos excepcionais como o de Scarlett Johansson interpretando um sistema operacional em Ela (2013).