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O Globo de Ouro realmente está numa péssima fase. A premiação da HFPA, a associação de críticos internacionais de Hollywood, já foi considerada a segunda mais importante do mercado norte-americano, atrás apenas do Oscar. No entanto, com as revelações de que os votantes recebiam brindes e viagens para influenciar nos resultados, e de que a academia não possuía um único integrante negro, a credibilidade da instituição desmoronou rapidamente.
Artistas como Tom Cruise devolveram os troféus vencidos em anos anteriores. Agora, em 2022, nenhum artista aceitou apresentar os prêmios na cerimônia presencial, prevista para 9 de janeiro. A Variety teve acesso ao e-mail enviado pelos organizadores do Globo de Ouro a diversas agências responsáveis pelo gerenciamento dos principais atores e atrizes da indústria. Nenhuma delas respondeu favoravelmente ao convite de participação.
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Apesar do desprestígio, o Globo de Ouro confirma a entrega dos prêmios, enquanto faz promessas de melhoria no futuro e defende o legado da instituição: “Os Globos de Ouro seguirão com um pequeno evento, que reconhecerá não apenas as melhores atuações do cinema e da televisão em 2021, mas também reconhecerá a importância de muitos talentos na indústria. O evento deste ano celebrará e homenageará uma série de programas diversificados e baseados na comunidade, que empoderam cineastas inclusivos e jornalistas que investem na paixão de contar histórias. A HFPA tem apoiado financeiramente importantes organizações em necessidade durante décadas, e continuará investindo nos futuros líderes da indústria”.
Na competição de cinema, Ataque dos Cães e Belfast lideram em indicações, enquanto Succession se destaca nas séries. Ainda não está claro quantos artistas indicados comparecerão à cerimônia presencial, e que impacto a promessa de mudanças terá no circuito anual de premiações. De qualquer modo, não haverá público presente, nem tapete vermelho. O canal NBC já havia rompido o contrato de transmissão da cerimônia.

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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