O Globo de Ouro 2025 pode ser colocado em xeque. Mais precisamente falando, o que está sendo posto em dúvida por diversos veículos independentes da imprensa norte-americana é a idoneidade da premiação que desde 2021 pertence a um enorme conglomerado de mídia. Vale destacar que o Globo de Ouro não é mais promovido pela Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood. Em junho de 2023, a HFPA (Hollywood Foreign Press Association) anunciou o encerramento de suas atividades e a venda de seus ativos à Todd Boehly e Jay Penske. A Eldridge Properties, de Penske, e a empresa de Boehly adquiriram todos os ativos, direitos e propriedades do Globo da HFPA.
Vale salientar novamente que o Globo de Ouro passou nos últimos anos por uma de suas maiores crises, especialmente diante de acusações da falta de diversidade em seus quadros de sócios e algumas suspeita de corrupção. Para saber um pouco mais sobre isso, basta clicar nas notícias relacionadas abaixo. Desta vez, certas práticas dos novos proprietários do Globo de Ouro estão sendo questionadas.
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GLOBO DE OURO: A NOVA CONTROVÉRSIA
A Penske e a Boehly também são donas dos seguintes veículos de imprensa: Variety, The Hollywood Reporter, Deadline e IndieWire, ou seja, dos principais e mais tradicionais portais norte-americanos que falam de cinema, séries e entretenimento – e esse monopólio é praticamente imoral, haja vista a capacidade de concentrar a produção de informação num mesmo grupo comercial. Pois bem, o ex-editor do The Hollywood Reporter Matthew Belloni informou em seu boletim informativo Puck que a Variety está oferecendo aos estúdios “jantares íntimos e com curadoria” com a presença de eleitores do Globo, o que acendeu o alerta para um possível (e enorme) conflito de interesses.
De acordo com Matthew, um documento que transita entre profissionais encarregados pelo marketing de Hollywood afirma que por um preço específico os estúdios podem ter painéis e encontros gastronômicos com quase 50 eleitores do Globo de Ouro. A Puck relata também que neste ano os estúdios poderiam pagar US$ 5.000 por projeto como “taxa de admissão” para colocá-lo no portal de exibição da premiação. E ainda tem mais: os estúdios teriam de pagar US$ 2.000 por filme para consideração, US$ 350 por episódio de série e US$ 5.000 por uma taxa administrativa. Mas, aí que vem o problema.
Se um estúdio enviar pelo menos 14 títulos, terá um melhor tratamento de exibição no portal, ou seja, quem paga mais é melhor exibido, o que contraria qualquer princípio de isonomia fundamental a esse tipo de premiação. A notícia está sendo veiculada nos Estados Unidos apenas por veículos menores que, claro, não fazem parte do conglomerado proprietário do Globo de Ouro. Entre os portais de mais destaque por lá, apenas o Vulture tem tocado nesse assunto. E aí, o que você acha dessa treta toda?
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