O Globoplay lançou na noite desta terça-feira, 13, Ilha de Ferro (2018), até agora sua mais cara e ambiciosa série de TV, num luxuoso evento que aconteceu no Teatro Riachuelo, no Rio de Janeiro, e contou com vários veículos de imprensa – inclusive o Papo de Cinema, claro. Antes da première, na qual foi exibido o primeiro episódio da aguardada produção, João Mesquita, diretor geral do serviço de streaming, subiu ao palco para falar sobre as estratégias da empresa, cuja ambição é aproveitar a marca Globo, que lhe ancora, como um diferencial competitivo, e investir na compra de exemplares estrangeiros para robustecer o catálogo. João ainda disse que a estrutura gigantesca do grupo lhes permite adquirir produtos diversos (séries, filmes, etc.) para veiculação multiplataforma.
Antes de começar a exibição do episódio inaugural de Ilha de Ferro, João a louvou amplamente como uma prova cabal da capacidade de produção brasileira de conteúdo original compatível com os padrões internacionais de qualidade. Ele anunciou, ainda, que a segunda temporada da série se encontra em andamento e uma terceira está garantida. Portanto, há aposta gigante no resultado dessa obra que conta com a direção artística de Afonso Poyart.
O primeiro episódio já deixa claro duas coisas: realmente o Globoplay fez um investimento considerável, vide as constantes trocas de cenários, os efeitos especiais e uma concepção visual certamente acurada; e a família será um dos elementos centrais da trama. Tudo acontece com bastante celeridade, aliás, muita coisa discorre, com irmãos brigando por conta de um amor, três gerações de petroleiros discutindo a nacionalização ou o “entreguismo” do petróleo brasileiro, um homem frustrado em sua aspiração à chefia da plataforma PLT-137 e uma mulher que chega para comandar a Ilha de Ferro com sensibilidade e firmeza. A despeito dessa quantidade de eventos marcantes, abordados rapidamente, o episódio inaugural apresenta personagens sólidos e um bom potencial para a sequência.
Após a exibição, os principais nomes do elenco e da equipe criativa subiram ao palco do Teatro Riachuelo para conversar com a imprensa. Afonso Poyart disse que não gostava de séries de TV até se deparar com o roteiro de Ilha de Ferro, que considerou uma excelente oportunidade para fazer algo relevante e sofisticado na telinha, novamente privilegiando os dramas humanos, sem descuidar do visual que marca seus trabalhos. Maria Casadevall e Sophie Charlotte exaltaram suas personagens como mulheres fortes, característica cada vez mais cobrada pela audiência, algo também ressaltado pelo protagonista, Cauã Reymond. Sophie disse que se atraiu por viver uma jovem que “olha constantemente para o abismo”, enquanto Casadevall se interessou pela personalidade da engenheira que interpreta. Cauã falou muito do quanto o projeto lhe encantou e do prazer que foi realiza-lo ao lado dos colegas.
Perguntado sobre a postura politicamente firme de seu personagem, defensor da soberania nacional quanto ao petróleo, o ator Osmar Prado fez um discurso bonito, tachando-se de “perdedor”, evocando as palavras de Darcy Ribeiro, dizendo-se feliz por nesse momento não estar ao lado dos vencedores – numa óbvia alusão ao presidente eleito Jair Bolsonaro. Arrancou aplausos da plateia e dos colegas no palco.
Ilha de Ferro está disponível a partir desta quarta-feira, 14, exclusivamente no Globoplay. Na segunda-feira, 19, haverá uma exibição especial do primeiro episódio na Tela Quente, da Rede Globo.