No Brasil, o governo federal tenta atribuir o fechamento de estabelecimentos ao medo “excessivo” de uma parcela da população, como se um vírus responsável por quase 500 mil óbitos pudesse ser tratado como algo não menos que alarmante. O que os nossos mandatários deveriam estar fazendo com relação aos cinemas, por exemplo? Talvez o mesmo que a Itália, ou seja, compensando as perdas dessa atividade tão importante para a cadeia audiovisual. Recentemente, o ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini , assinou um decreto garantindo mais 40 milhões de euros para socorrer as salas de cinema, elevando o total de recursos extraordinários empregados para 275 milhões de euros. “O setor audiovisual é a principal indústria criativa deste país. Por isso, desde o início da pandemia o governo apoiou todo o setor, da produção à distribuição, passando pelas salas de cinema, e continua a fazê-lo por meio desta disposição, que visa apoiar a reabertura dos cinemas”, disse o ministro.
LEIA MAIS
Jornalista diz que chegam a 1000 os filmes perdidos pelo impasse na Cinemateca Brasileira
Governo Federal tem prazo para comprovar apoio à Cinemateca Brasileira
Lei Rouanet :: Governo federal cria brecha jurídica para controlar projetos aprovados
Dos 40 milhões, 25 serão destinados à compensação das arrecadações entre 1 de dezembro de 2020 e 28 de fevereiro de 2021, tendo como base o mesmo período do ano anterior. Do restante, cinco milhões serão repartidos entre os beneficiários, de acordo com despesas de aluguel; cinco milhões serão divididos entre cinemas que tenham realizado pelo menos três dias de exibição por semana entre 26 de abril de 2021 e a data do presente decreto, enquanto mais cinco milhões de euros serão repartidos entre cinemas com pelo menos três dias de exibição por semana no período compreendido entre 1 de junho de 2021 e 31 de julho de 2021. Com boa vontade política, as coisas andam, viram, Bolsonaro e companhia?