O Polo de Cinema de Brasília, situado em Sobradinho (DF), foi reaberto ontem pelo Governador Agnelo Queiroz e o Secretário de Cultura, Hamilton Pereira. Depois de uma década sem ser utilizado, o local se transforma na cidade de Taguatinga, na década de 1960, cenário do novo filme de André Ristum, O Outro Lado do Paraíso.
O Outro Lado do Paraíso é baseado no livro homônimo do escritor e editor mineiro Luiz Fernando Emediato. Na obra, o autor conta, de forma ficcional, a história real da transferência de sua família do interior da pequena Bocaiúva para Brasília, no início da década de 60. Nele, o Golpe de 64 é visto sob o olhar de uma família anônima brasileira. O livro foi publicado originalmente em 1981 e adotado em diversas escolas do país, tendo vendido aproximadamente 100 mil exemplares.
A história é narrada sob a ótica de Nando, um menino de 11 anos (vivido por Davi Galdeano). Ele relata as aventuras do pai, Antônio (vivido por Eduardo Moscovis), um brasileiro sonhador e aventureiro de 37 anos que nunca teve um emprego fixo, vive viajando por garimpos e sonha com a “terra prometida”. Um dia, resolve ir para Brasília, que está sendo construída, atraído pelas promessas de reformas do governo de João Goulart. Mas logo vem o Golpe de 64 e os sonhos se tornam pesadelos de uma hora para outra.
O longa começou a ser rodado no Distrito Federal e está orçado em R$ 7 milhões – maior produção cinematográfica já realizada em Brasília. O diretor André Ristum conta que aceitou levar a história para as telas porque a trama tem duas grandes afinidades com ele. A primeira é a relação entre pai e filho, tema também do seu filme anterior, o premiado Meu País (2011). A segunda porque trata de um tema que ele afirma ter atravessado em sua vida: O Golpe Militar. Por causa da ditadura, Ristum nasceu e cresceu fora do país.
No elenco estão também Simone Iliescu, Jonas Bloch, Flávio Bauraqui e os jovens Camila Márdila e Iuri Saraiva. No total, serão 45 artistas do Distrito Federal envolvidos na produção e mais de 60 profissionais na equipe técnica. O roteiro leva a assinatura de Marcelo Muller, roteirista do aclamado Infância Clandestina (2011). A produção é de Nilson Rodrigues e Márcio Curi.
Fonte: Objeto Sim
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