Halle Berry provavelmente não esperava uma reação tão forte ao anúncio que interpretaria um homem transexual em seu próximo filme. Em partes, o problema reside aí: após tanta pressão por melhor representatividade LGBTQIA+ no cinema e pelo fim do transfake (a representação de pessoas trans por atores cisgênero), grandes nomes da indústria ainda ignoram sua responsabilidade nessa luta.
A atriz havia declarado, através de uma live no Instagram na última sexta-feira: “Este filme é sobre uma personagem onde a mulher é uma personagem transexual, então ela fez a transição para homem”. A fala chocou parte do público não apenas pela incorreção no gênero do personagem masculino, mas devido à pouca familiaridade diante de um tema complexo e sensível.
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Ao longo do fim de semana, as redes sociais de Berry foram inundadas de críticas à postura da atriz, que decidiu abandonar o projeto na segunda-feira. Ela pediu desculpas, e se mostrou humilde em seu aprendizado: “Tive a oportunidade de discutir o meu próximo papel como um homem transexual, e gostaria de pedir desculpas por minhas falas. Enquanto mulher cisgênero, eu agora entendo que não deveria ter considerado este papel, e que a comunidade transexual precisa sem dúvida ter a oportunidade de contar as suas próprias histórias”.
“Estou grata pelos conselhos e pela conversa crítica durante os últimos dias, e continuarei a ouvir, aprender e me instruir sobre este erro. Eu quero ser uma aliada, usando a minha voz para promover melhor representação no cinema, tanto em frente às câmeras quanto atrás delas”, concluiu via Twitter. A mensagem foi comemorada por associações como a GLAAD, que estuda e promove a diversidade sexual e de gênero no cinema e na televisão.
Além deste filme, Berry está prestes a apresentar seu primeiro filme enquanto cineasta. Ela dirige e atua em Bruised (2020), onde vive uma lutadora de MMA em fim de carreira. O drama está selecionado para o Festival de Toronto.
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