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Um dos ícones da luta anti-racismo faleceu na última terça-feira nos EUA. Morreu, aos 96 anos, no dia 25 de abril, o cantor, ator e ativista Harry Belafonte. Ele estava em sua residência, em Nova York, e sofreu uma insuficiência cardíaca, segundo seu assessor, Ken Sunshine. Vencedor de um Oscar honorário, entre tantos outros prêmios, Belafonte ainda foi responsável por ter introduzido os ritmos caribenhos à música norte-americana.

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Harold George Bellanfanti Jr. nasceu em 1927, no bairro do Harlem, em Nova York. Na infância, viveu na Jamaica com sua mãe, onde se inspirou com tradicionais movimentos artísticos do local. De volta aos EUA, ainda adolescente, iniciou sua carreira como cantor em night-clubs da cidade para pagar por suas aulas de atuação. Em seguida, serviu na marinha durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1953, estreou como ator de cinema num papel de destaque do musical Bright Road e, em 1959, fez sucesso com o drama O Diabo, a Carne e o Mundo. Nos anos 1960, além de ganhar um Emmy, dois Grammys e diversos discos de ouro, apresentou novos artistas latinos ao público norte-americano por meio de programas televisivos e colaborações em álbuns. Inclusive, em seus trabalhos de 1962, gerou a primeira gravação registrada do então jovem tocador de harmônica Bob Dylan. Nessa época, começou a ser chamado de “Rei do Calypso”.

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Em paralelo à arte, Belafonte sempre foi reconhecido como um dos grandes ativistas políticos dos Estados Unidos. Apesar de famoso, sofreu discriminação racial, especialmente no sul do país, onde se recusou a cantar entre 1954 e 1961. Neste período, foi colocado na Lista Negra do Macartismo. Grande seguidor do Movimento dos Direitos Civis e um dos confidentes de Martin Luther King, ajudou a angariar grandes quantias em dinheiro para libertar, sob fiança, muitos manifestantes. Ademais, foi um dos organizadores da famosa Marcha sobre Washington, em 1963, liderou uma campanha contra o apartheid na África do Sul, entre os anos 1970 e 1990 – fazendo amizade com Nelson Mandela – e foi um dos idealizadores do projeto USA for Africa, responsável por lançar a icônica canção “We Are The World“, em 1985, em colaboração com diversas estrelas musicais da época.

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Belafonte e Martin Luther King.

Nas últimas duas décadas, Belafonte diminui o ritmo de sua carreira. Entretanto, ainda se destacou pelos filmes Bobby (2006) e Infiltrado na Klan (2018). Em seus derradeiros anos, recebeu homenagens nos festivais de Locarno e Berlim, além de ter recebido um Oscar Honorário em 2014.

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: [email protected]

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