Hugh Grant reinou quase soberano nas comédias românticas dos anos 1990 e início dos 2000. Quando alguém precisava de um tipo charmoso, mas com certa dose de vulnerabilidade, Grant era uma aposta mais que certa. Não à toa, marcou o supragênero liderando o elenco de filmes como Quatro Casamentos e um Funeral (1994) e Um Lugar Chamado Notting Hill (1999). Numa recente entrevista ao site norte-americano Deadline, ele disse porque tem se distanciado desse tipo de papel que lhe tornou um verdadeiro astro: “Meu problema, e por causa dele não há realmente o perigo de eu fazer uma comédia romântica atualmente, é que estou muito velho e feio. Isso não vai acontecer”. Claro que essa declaração vem embalada em algumas camadas de ironia, uma vez que a comédia romântica vive de ciclos, mas frequentemente acaba sendo consagrada a personagens mais jovens e esbeltos.
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Longe de ser um “jogar de toalha”, a postura de Hugh Grant também tem a ver com os rumos que sua carreira tem tomado, com algumas tentativas de demonstrar a versatilidade que a fama abundante lhe negava nas décadas atrás, nas quais era um nome celebrado mais amplamente. Na televisão, ele colecionou elogios por seus desempenhos em A Very English Scandal (2018) e The Undoing (2020). Nos cinemas, seu trabalho mais recente foi no pseudocumentário 2020 Nunca Mais (2020), no qual interpretou um historiador non sense, dado a misturar a narrativa factual com os enredos de seriados famosos. Mas, diga lá, você gostaria de ver o britânico novamente vivendo aqueles tipos meio frágeis/desorientados que encontram uma razão de viver na paixão?