O ícone da música francesa Charles Aznavour morreu na madrugada desta segunda-feira, 1º, aos 94 anos. A causa da morte foi um edema pulmonar. Ele estava em sua casa no Alpilles, no sul da França, após retornar de uma turnê no Japão, quando teve uma parada cardiorrespiratória durante o banho. Com praticamente 80 anos de carreira, Aznavour foi um dos maiores popstar da França, tendo vendido mais de 180 milhões de discos, cravando sucessos inesquecíveis nas paradas, tais como She, La bohème, Hier Encore e Emmenez-moi. Era constantemente comparado ao cantor estadunidense Frank Sinatra. A nostalgia que perpassa boa parte de suas canções também está presente nas que escreveu à outra figura incontornável do cenário cultural francês: Edith Piaf.
Nascido Shahnour Varinag Aznavourian, filho de pais armênios radicados em Paris, Aznavour atuou em mais de 60 longas-metragens. Aliás, por sua vasta carreira nas telonas, ganhou um César, o Oscar francês, pelo conjunto de sua obra cinematográfica. Esteve em longas como Atirem no Pianista (1960, de François Truffaut, A Passagem do Reno (1960), O Último dos Dez (1974), este baseado em livro de Agatha Christie, O Tambor (1979), vencedor do Oscar de Filme Estrangeiro, e Os Fantasmas do Chapeleiro (1982). Além disso, dublou Carl Fredricksen na versão francófona de Up: Altas Aventuras (2009). Ganhou uma estrela na calçada na fama em Hollywood, no ano de 2017.
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Brigitte Bardot lamentou sua morte: “Ele era nosso ás imortal. Nosso ás dos poetas. Nosso ás da canção francesa. Nosso ás da popularidade. Nosso ás dos embaixadores do talento no mundo. Ele continuará sendo nosso ‘Ás… navour’ para sempre”.
Alguns críticos nem sempre foram sensíveis à música de Charles Aznavour. Apelidado por eles de “Aznovoice” – jogo de palavras em inglês com “has no voice” (“não tem voz”) –, ele, no entanto, se consolidou como um gigante, coroado pela rede estadunidense de televisão CNN e pela revista Time como o artista do século, em 1998. Quando limitado pela idade avançada, aderiu ao banquinho no palco e ao ponto eletrônico, mas não se sentia esgotado. Já estava, inclusive, planejando uma apresentação neste mês em Bruxelas.
A última vez em que Aznavour esteve no Brasil foi em 2017, quando fez shows em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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