A atriz pernambucana Ilva Niño morreu nesta quarta-feira, 12, aos 90 anos, na cidade do Rio de Janeiro. Ela estava internada há um mês depois de uma cirurgia cardíaca e não resistiu às complicações do seu quadro geral. Nascida na cidade de Floresta, no Pernambuco, em 1933 (alguns registros sustentam, no entanto, que o ano correto seria 1934), se interessou por teatro ainda na escola e começou a trabalhar essa nova paixão durante um curso de teatro grego ministrado por ninguém menos do que Ariano Suassuna. Mais tarde, começou uma carreira profissional no Movimento de Cultura Popular durante o governo de Miguel Arraes, no início da década de 1960. Depois do golpe civil-militar de 1964, Ilva se mudou com o marido Luiz Mendonça para o Rio de Janeiro, cidade onde ambos tinham se apresentado com uma premiada montagem de O Auto da Compadecida em 1957. Logo contratada pela Rede Globo, Ilva participou de Verão Vermelho (1969), Bandeira 2 (1971), A Patota (1972), Gabriela (1975), Pecado Capital (1975), Sem Lenço, sem Documento (1977) e Feijão Maravilha (1979).

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“Acho que  sou uma pessoa feliz, feliz porque eu escolhi uma profissão que dá alegria a todo mundo, dá alegria para mim e dá condição de trabalhar o social, de passar adiante o que eu sei, estar diante de experimentar”, disse Ilva Niño em certa ocasião.

Ilva Niño atingiu o ápice de seu sucesso ao interpretar Mina, a empregada doméstica e confidente da viúva Porcina, portanto uma das principais coadjuvantes da novela Roque Santeiro (1985). Ao longo de décadas de carreira, especialmente na televisão, ela participou de mais de 30 produções, entre novelas, minisséries e programas de humor. Nos cinemas, fez sua estreia em André, a Cara e a Coragem (1971), participando depois dos elencos de Como Ganhar na Loteria sem Perder a Esportiva (1971), Cassy Jones: O Magnífico Sedutor (1972), Ópera do Malandro (1985),  Com Licença, Eu Vou à Luta (1986), Assalto ao Banco Central (2011) e Minha Mãe é Uma Peça 2 (2016).

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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