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Os franceses foram rápidos em transformar o incêndio na famosa Catedral de Notre-Dame, em Paris, num longa-metragem. O Deadline confirmou o desenvolvimento de Notre Dame on Fire, que os estúdios Pathé pretendem vender no mercado virtual do Festival de Cannes. A direção fica por conta de Jean-Jacques Annaud (de Sete Anos no Tibet, 1997, e O Nome da Rosa, 1986).

A trama vai se concentrar nas 24h que antecederam a tragédia, inserindo imagens de arquivo e investigando os possíveis motivos que levaram à destruição parcial de um dos maiores símbolos do patrimônio francês. Em menos de 24 após o incêndio, as doações de todas as partes do mundo para a reconstrução da catedral atingiam o valor exorbitante de € 900 milhões.

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Catedral de Notre-Dame, em Paris

 

“Estamos fazendo um filme que vai se parecer com uma ficção, mas é claramente baseado na história real. É como um suspense: emocionante, comovente. Thomas [Bidegain, roteirista] e eu não ousaríamos inventar o que aconteceu. Encontramos diversos protagonistas deste evento. Eu inclusive estive em Notre-Dame alguns dias atrás”, explica o diretor.

“Quanto mais investigo, mais surpresas encontro. É incrível que o departamento de bombeiros tenha demorado tanto para responder. Conversei com o homem responsável pela segurança de Notre-Dame, e ele explicou que pediu socorro, mas pensaram que era piada. A Catedral é um símbolo mítico: ela sobreviveu a guerras. É o local onde Napoleão foi coroado, onde De Gaulle celebrou a liberação de Paris dos nazistas. As pessoas não conseguiam acreditar que estava pegando fogo”, continua.

Ainda segundo Annaud, o filme orçado “provavelmente em mais de US$ 30 milhões” será feito nos moldes de Apollo 11 (2019) e Voo United 93 (2006), “em termos de autenticidade e estilo de filmagem”. “O filme será feito para a tela grande, com uma trilha sonora imponente. Thomas e eu temos trabalhado neste projeto como um filme de ação, explorando o perigo. Seguimos as regras de um filme de espetáculo emocionante. Thomas e eu temos mergulhado fundo no suspense e nas emoções”.

Consegue imaginar um projeto semelhante para o incêndio do Museu Nacional, no Rio de Janeiro?

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.
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