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Incêndio na Cinemateca Brasileira provoca perda inestimável à cultura nacional

Publicado por
Bruno Carmelo

Há mais de um ano, dezenas de instituições no Brasil e no mundo clamam por atenção à Cinemateca Brasileira, o maior acervo audiovisual da América Latina. Fechada pelo Secretário da Cultura, Mário Frias, ela teve sua equipe inteira demitida, e as atividades de exibição e pesquisa, interrompidas. Grupos como a Sociedade Amigos da Cinemateca alertavam para o alto risco de um incêndio, afinal, os rolos de película são inflamáveis, e sem a devida conservação, podem provocar acidentes.
Na noite de 29 de julho, o perigo se confirmou: um incêndio de grandes proporções tomou conta do depósito da instituição na Vila Leopoldina. Setenta bombeiros foram mobilizados para conter as chamas, mas houve danos irreversíveis ao acervo: projetores, documentos sobre a Embrafilme e as políticas públicas do audiovisual foram destruídos. Bombeiros estimam que a perda pode ter sido completa. A Secretaria da Cultura havia prometido a reabertura da Cinemateca desde janeiro de 2021, o que não ocorreu. O Ministério Público Federal chegou a abrir um processo por abandono da instituição.
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Além da perda de materiais fundamentais ao patrimônio cultural brasileiro, em cópias raras e únicas, o novo incêndio da Cinemateca (que já havia sofrido com as chamas em 2016, e com uma enchente em 2020) se torna um símbolo da atual gestão federal, que não apenas abandona e sucateia os principais representantes da arte, da cultura e do conhecimento no Brasil, como age deliberadamente para prejudicá-los. Em suas redes sociais, Mário Frias prometeu apurações, mas culpou a “herança maldita do governo apocalíptico do petismo” pelo estado da instituição, que não é gerenciada pelo partido há cinco anos, e se encontra sob sua responsabilidade. Diversos políticos, artistas, intelectuais e pesquisadores se pronunciaram nas redes sociais:

 

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Crítico de cinema desde 2004, membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema). Mestre em teoria de cinema pela Universidade Sorbonne Nouvelle - Paris III. Passagem por veículos como AdoroCinema, Le Monde Diplomatique Brasil e Rua - Revista Universitária do Audiovisual. Professor de cursos sobre o audiovisual e autor de artigos sobre o cinema. Editor do Papo de Cinema.

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