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Nesta sexta-feira, 17, o presidente da república, Jair Bolsonaro, demitiu o agora ex-secretário de Cultura, Roberto Alvim. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Secretaria Especial de Cultura. Alvim foi alvo de ferrenhas críticas após ter parafraseado um discurso de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista. Entre os que prontamente haviam pedido sua exoneração estavam os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. Até mesmo o polêmico Olavo de Carvalho, considerado um dos gurus do atual governo federal, manifestou sua estranheza com a aproximação do discurso oficial dos ideais nazistas: “É cedo para julgar, mas o Roberto Alvim talvez não esteja muito bem da cabeça”, escreveu ele em sua conta pessoal do Twitter.

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Vale lembrar que a trajetória de Alvim é repleta de controvérsias e destemperos. Antes mesmo de assumir um cargo de extrema importância à cultura do Brasil, ele convocou artistas conservadores para “criar uma máquina de guerra cultural”. Em setembro de 2019, Alvim, então ocupante da chefia de uma pasta na Funarte, como seu diretor de artes cênicas, disparou contra a atriz nonagenária Fernanda Montenegro, chamando a grande dama do teatro/cinema/televisão de mentirosa e dizendo que sentia desprezo por ela. Fernanda mente escandalosamente, deturpa a realidade de modo grotesco, ataca o presidente e seus eleitores de modo brutal, e eu sou grosseiro e desrespeitoso apenas por ter revidado a agressão falaciosa perpetrada por ela?”.

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Na manhã desta sexta-feira, o próprio Alvim se manifestou em sua conta pessoal do Facebook sobre as polêmicas, não mencionando que foi demitido, mas dizendo que colocou seu cargo à disposição:

 

Caros

Ontem lançamos o maior projeto cultural do governo federal.
Mas no meu pronunciamento, havia uma frase parecida com uma frase de um nazista.
Não havia nenhuma menção ao nazismo na frase, e eu não sabia a origem dela.
O discurso foi escrito a partir de várias ideias ligadas à arte nacionalista, que me foram trazidas por assessores.
Se eu soubesse da origem da frase, jamais a teria dito.
Tenho profundo repúdio a qualquer regime totalitário, e declaro minha absoluta repugnância ao regime nazista.
Meu posicionamento cristão jamais teria qualquer relação com assassinos…
Peço perdão à comunidade judaica, pela qual tenho profundo respeito.
Do fundo do coração: perdão pelo meu erro involuntário.
Mas, tendo em vista o imenso mal-estar causado por esse lamentável episódio, coloquei imediatamente meu cargo a disposição do Presidente Jair Bolsonaro, com o objetivo de protegê-lo .
Dei minha vida por esse projeto de governo, e prossigo leal ao Presidente, e disposto a ajudá-lo no futuro na dignificação da Arte e da Cultura brasileiras.

 

Na real, já vai tarde, Roberto.

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