O cineasta francês Jean-Claude Brisseau morreu na noite deste sábado, 11, num hospital situado na capital francesa, aos 74 anos. De acordo com sua família, o passamento se deu por conta das consequências de uma doença prolongada (não especificada). Entre os filmes mais conhecidos do artista estão Céline (1992), Coisas Secretas (2002) e Os Anjos Exterminadores (2006). Considerado um dos grandes diretores da França contemporânea, tinha um trabalho minucioso e denso, não consumido por plateias numerosas – seu maior sucesso foi Noce Blance (1989), que atingiu a marca de 1,8 milhão de espectadores. Ele definia seu próprio cinema como “uma exploração daqueles pontos de fronteira entre o que é permitido e o que não é permitido, entre a clausura e a liberdade”. Outra característica aparente, sobretudo nas últimas realizações, era a sua conhecida cinefilia enciclopédica.
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Jean-Claude Brisseau se tornou uma figura controversa em 2005, quando condenado por assédio sexual a duas atrizes durante as filmagens de Coisas Secretas. Depois do ocorrido, sua trajetória foi marcada por revezes e cada vez mais dificuldade para arranjar financiamento a seus projetos de longa-metragem. Em 2017, em consequência do movimento #Metoo, protestos levaram a Cinemateca Francesa a cancelar uma retrospectiva de sua obra. Acerca especificamente deste cancelamento, ele se dizia indignado: “Confesso que o caso da minha retrospectiva cancelada na Cinemateca me escandalizou. Quando vemos o que acontece nas artes, nas quais abordamos um conto de fadas e dizemos que o príncipe da Bela Adormecida é um predador sexual, sinto caminhamos de forma irracional. Entramos numa época de caça às bruxas”.