A revista britânica Sight and Sound, uma das mais tradicionais publicações do ramo cinematográfico, faz a cada 10 anos uma eleição dos melhores filmes de todos os tempos, fruto da consulta realizada desde 1952 com diversos especialistas do mundo todo (neste ano foram 1639 participantes). Recentemente, a publicação divulgou a nova lista com as 100 produções mais bem cotadas. E, pela primeira vez na história, uma obra com direção feminina ocupa o topo desse Olimpo da Sétima Arte. Trata-se de Jeanne Dielman (1975), produção comandada pela realizadora belga Chantal Akerman, então o novo Melhor Filme de Todos os Tempos, assim desbancando os antes únicos ocupantes desse privilegiado posto, Ladrões de Bicicleta (1948), Cidadão Kane (1941) e Um Corpo que Cai (1958). Certamente é uma mudança e tanto de paradigmas, reflexo direto de um pensamento (e de uma atitude) que vai ao encontro da valorização da diversidade no cinema. O longa belga saltou 34 posições em relação à eleição divulgada em 2012.
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Ainda dentro dessa mudança de mentalidade, a lista recém-divulgada pela Sight and Sound é aquela, em 70 anos de existência, com mais cineastas mulheres eleitas: nove ao todo. Ainda é pouco, mas um salto significativo em relação ao resultado de 2012, quando apenas duas mulheres figuravam no Top 100. Novo campeão, Jeanne Dielman conta o que acontece durante três dias na rotina repetitiva da dona de casa que dá nome ao filme. Viúva solitária e alheia às coisas do mundo, ela convive com o filho adolescente e se prostitui para garantir o sustento de ambos. Confira abaixo o novo Top 10 da revista Sight and Sound e clicando aqui você acessa a lista completa com o Top 100.
- Jeanne Dielman, de Chantal Akerman (1975)
- Um Corpo que Cai, de Alfred Hitchcock (1958)
- Cidadão Kane, de Orson Welles (1941)
- Era uma vez em Tóquio, de Yasujiro Ozu (1953)
- Amor à Flor da Pele, de Wong Kar-Wai (2000)
- 2001: Uma Odisséia no Espaço, de Stanley Kubrick (1968)
- Bom Trabalho, de Claire Denis (1998)
- Cidade dos Sonhos, de David Lynch (2001)
- Um Homem com uma Câmera, de Dziga Vertov (1929)
- Cantando na Chuva, de Stanley Donen (1952)
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