ATENÇÃO! O TEXTO ABAIXO CONTÉM SPOILERS. SÓ O LEIA SE VOCÊ TIVER ASSISTIDO AO QUARTO EPISÓDIO DA OITAVA TEMPORADA DA SÉRIE.
Os últimos episódios de Game of Thrones (2011-) têm realmente dado o que falar. Muitos comentam acerca da celeridade dos acontecimentos, do descarte de figuras antes emblemáticas (como o lobo Fantasma), da rapidez com a qual o inverno metaforicamente foi dissipado. Enfim, as queixas são de várias naturezas. Todavia, uma esfera dessa insatisfação chama especialmente a atenção por dizer respeito aos clamores atuais por uma maior representatividade e uma melhor representação da mulher no audiovisual. Jessica Chastain e Ava DuVernay foram apenas algumas das figuras públicas que manifestaram decepção com a série da HBO nesse sentido.
LEIA MAIS
Game of Thrones :: HBO se pronuncia sobre copo esquecido em cena
Game of Thrones :: Afinal, o que queria o Rei da Noite?
Game of Thrones :: Perguntas e especulações sobre o que vem pela frente
Chastain falou, em sua conta pessoal no Twitter, da abordagem de Sansa, especialmente no que diz respeito ao peso conferido aos infortúnios do passado à concepção de sua força atual. “Estupro não é uma ferramenta para tornar uma personagem mais forte. Uma mulher não precisa ser vitimada para se tornar uma borboleta. O passarinho sempre foi uma fênix. Sua força predominante é unicamente por causa dela. E ela sozinha”, escreveu a atriz. A menção a “passarinho”, é porque numa passagem do quarto episódio da oitava temporada, ao ser chamada de passarinho, ela respondeu: “Sem Mindinho, Ramsay e o resto, eu realmente ainda seria um passarinho”. Lembrando que Mindinho a manipulou durante um bom tempo e Ramsay a estuprou e a violentou de outras tantas maneiras. Puxado, mesmo, HBO.
Mas as reclamações não se restringem a essa construção da força de Sansa como decorrência das brutalidades impingida a ela pelos homens. A execução de Missandei, única mulher negra do elenco principal, provocou a ira da cineasta Ava DuVernay : “Então, a primeira e única irmã nessa jornada épica, em anos de série? É isso que você quer fazer? Ok”. A contrariedade provém do fato de que a personagem acaba sendo uma mera moeda de troca, portanto objetificada pelos acontecimentos, segundo as manifestações que sobrevieram à exibição do episódio.
Outra fonte de insatisfação diz respeito ao gradativo desenho de Daenerys como uma rainha fadada à loucura. Há gente prevendo que, embora duas mulheres (ela e Cersei) duelem pelo cobiçado Trono de Ferro, as maquinações já vistas em prol de Jon Snow vão garantir um homem como o senhor absoluto dos Sete Reinos. Será? O tempo dirá.