Desde Cartas na Mesa (1998), tido por muitos como o melhor filme do gênero já produzido por Hollywood, passando por 007 Cassino Royale (2006), Maverick (1994) e o clássico A Mesa do Diabo (1965), o intrigante universo do poker atrai a atenção tanto de leigos como de amantes das cartas. Um dos esportes que mais crescem no mundo, a modalidade costuma render grandes histórias no cinema.
Em A Grande Jogada (Molly’s Game, 2017), não poderia ser diferente. O filme marca a estreia de Aaron Sorkin na direção, um dos mais renomados roteiristas da atualidade. Sorkin assinou textos de filmes consagrados como O Homem que Mudou o Jogo (2011), Questão de Honra (1992) e A Rede Social (2010) – que lhe rendeu uma estatueta do Oscar.
A Grande Jogada conta a história real de Molly Bloom (Jessica Chastain), uma ex-esquiadora profissional que se vê forçada a abandonar o esporte de inverno após sofrer um grave acidente. Decidida a recomeçar do zero, Molly se muda para a Califórnia, onde descobre o secreto e milionário meio do poker frequentado por grandes empresários e figurões de Hollywood. Em pouco tempo, Molly se torna a Princesa do Poker.
A trama, baseada no livro autobiográfico de Molly, é toda costurada pela narração da protagonista, artifício muitas vezes criticado – porém, usado com sabedoria por Sorkin. Os diálogos repletos de referências e acidez garantem excelentes momentos entre Jessica Chastain e Idris Elba, que interpreta o advogado de Molly. Não à toa, o filme foi indicado ao Oscar 2018 de Melhor Roteiro Adaptado.
O grande destaque do filme, no entanto, fica por conta de Chastain. Ela consegue provar a todo momento a força de sua personagem e, nessa quase disputa com seu advogado, acaba reforçando suas melhores qualidades. É justamente nesse confronto entre uma mulher tentando se reerguer e um homem procurando encontrar uma possível saída, que nasce uma nova Molly Bloom.
Chastain sempre soube atrair a atenção da crítica e do público dando vida a mulheres fortes e independentes (A Hora Mais Escura, 2012, Interestelar, 2014, e A Árvore da Vida, 2011), coisa que Molly Bloom definitivamente é. Racional ao extremo, a protagonista traça um plano e parte com voracidade e esperteza em busca de seu objetivo, usando de todos os artifícios que conta. Uma anti-heroína por natureza, Molly usa de uma ética própria para proteger seus clientes.
O filme ainda conta com a ilustre presença de Kevin Costner interpretando o pai de Molly, um exigente psicólogo cuja criação severa gera sérias consequências na vida da protagonista. Mais uma vez, Aaron Sorkin acerta ao retratar um tema de acesso restrito ao grande público e o transforma num thriller dinâmico e atraente que nos deixa completamente envolvidos.
Mas o filme é de Chastain, sem blefes! Seja interagindo com seu advogado, seja lidando com sua variada clientela, ela rouba a cena em todos os quadros e confere um lado irresistivelmente humano à Molly Bloom.
A Grande Jogada, no final das contas, mostra-se bem mais que apenas um filme sobre poker. É uma eletrizante jornada sobre fracasso e sucesso, o imponderável da vida e a capacidade inerente que o ser humano tem em superar qualquer obstáculo. Um Royal Straight Flush cinematográfico.
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