Joel Barcellos morre aos 81 anos

O ator, roteirista e diretor Joel Barcellos morreu na madrugada deste sábado, 10, aos 81 anos, na cidade de Rio das Ostras, interior do Rio de Janeiro. A causa não foi divulgada, mas o artista vinha sofrendo com problemas decorrentes de dois AVCs sofridos nos últimos dois anos. Nascido em Vitória, no Espírito Santo, em 27 de novembro de 1936, Joel se mudou para o Rio de Janeiro aos três anos de idade. Estreou como ator profissional na peça Eles Não Usam Black-Tie, em 1958, após participar de algumas montagens universitárias enquanto cursava Agronomia.

Na telinha, seu papel mais marcante foi o de Chico Belo, na novela Mulheres de Areia (1993). Todavia, na telona que Joel deixou uma marca indelével, sendo um dos rostos mais emblemáticos do Cinema Novo, um dos momentos de grande efervescência da cinematografia brasileira. Ele atuou na coletânea Cinco Vezes Favela (1962) e nos longas Os Fuzis (1964), A Falecida (1965), A Grande Cidade (1966) Garota de Ipanema (1967), Copacabana me Engana (1968), entre outros. Por conta da Ditadura Civil-Militar, se exilou na Itália em 1969. Durante esse período, participou de O Conformista (1970), dirigido por Bernardo Bertolucci, embora sua atuação não seja creditada. Retornou ao Brasil um pouco depois, e integrou o elenco de Sagarana, o Duelo (1974).

Já na década de 80, foi destaque de Rio Babilônia (1982), longa-metragem no qual interpreta um sujeito que vive de bicos e tramoias. O filme ficou marcado pela tórrida cena de sexo a três na piscina, na qual Joel contracenou com Pedrinho Aguinaga e Denise Dumont. As atuações em Jardim de Guerra (1970) e em Beijo 2348/72 (1990) lhe renderam dois prêmios no Festival de Cinema de Brasília, como Melhor Ator e Melhor Ator Coadjuvante, respectivamente.

Os últimos trabalhos de Joel Barcellos no cinema foram o longa O Homem Nu (1997)  e o curta A Dama no Estácio (2012)