Nesta quarta-feira, 24, foi anunciada a morte do cineasta norte-americano Kenneth Anger, aos 96 anos. “Kenneth foi um pioneiro. Seu gênio cinematográfico e sua influência viverão e continuarão a transformar todos aqueles que encontrarem seus filmes, palavras e visão”, disse a a Sprüth Magers, galeria que o representava, num comunicado enviado à imprensa. Anger morreu no dia 11 de maio, mas a informação veio a público apenas agora. Um dos primeiros realizadores a se assumirem publicamente homossexuais nos Estados Unidos, ele era considerado pioneiro dos cinemas queer e underground. Em sua carreira, iniciada ainda na pré-adolescência, ele dirigiu mais de 30 filmes. Os mais conhecidos são Fireworks (1947), Scorpio Rising (1963) e Lucifer Rising (1973).
LEIA MAIS
Tina Turner, a Rainha do Rock, morre aos 83 anos
Ray Stevenson, ator de RRR e Thor, morre aos 58 anos
Rita Lee, a rainha do rock brasileiro, morre aos 75 anos
Scorpio Rising provocou muita controvérsia quando lançado. Sem diálogos, o curta-metragem mistura ícones da subcultura do motociclismo, fetiches sexuais, nazismo e ocultismo. Kenneth Anger foi um verdadeiro desbravador que ajudou a tornar menos marginalizados temas e estéticas consideradas malditas nos Estados Unidos em determinadas épocas. Seu trabalho frequentemente explorava temas eróticos e mirava o estranhamento numa realidade social em que o sexo homossexual sofria criminalização nos Estados Unidos. tanto que por Fireworks ele foi levado à justiça para responder a um processo por obscenidade. Em 1959, quando tinha se mudado à França, Anger escreveu o livro Hollywood Babylon, obra que abordava as fofocas e os escândalos envolvendo pessoas como Marilyn Monroe, Judy Garland e Charles Chaplin. Entre suas muitas polêmicas, Anger era um satanista declarado.