Faleceu, nessa quinta-feira, 25, o cineasta francês Laurent Cantet. A morte do artista de 63 anos foi informada por sua agente, Isabelle de la Patellière, à France Presse. Segundo a nota da profissional, Cantet pereceu “devido a uma doença”. Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes e indicado ao Oscar, Laurent foi destaque de outros diversos festivais e premiações, por projetos como Recursos Humanos (1999) e Entre os Muros da Escola (2008). Relembre a trajetória do diretor abaixo.
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Nascido em Melle, na França, em 1961, Laurent Cantet era filho de professores. Estudou fotografia na Universidade de Marselha e se formou no Institut des Hautes Études Cinématographiques (IDHEC), em Paris. Após trabalhar inicialmente na televisão, tornou-se assistente de direção. Seu primeiro projeto autoral foi o curta-metragem Tous à la manif, de 1994. A estreia no comando de longas aconteceu em 1997, com Les sanguinaires. Dois anos depois, se destacou no cenário cinematográfico ao dirigir Recursos Humanos (1999), drama que segue um estudante de administração que volta à casa dos pais para fazer um estágio na fábrica em que seu pai trabalha como operário há 30 anos. Designado para o departamento de RH, ele descobre que suas atividades preparam, na verdade, um projeto de demissões. O filme lhe rendeu o Prêmio César (o “Oscar francês”) de Melhor Trabalho de Estreia. Sua ascensão teve sequência com os elogiados A Agenda (2001) e Em Direção ao Sul (2005).
No entanto, a fama de Laurent se consolidou entre 2008, ano em que lançou Entre os Muros da Escola, projeto que o condecorou com a Palma de Ouro do Festival de Cannes. O longa – que se passa em um colégio e narra, com olhar documental, o cotidiano de um professor que leciona para adolescentes rebeldes de um bairro da periferia parisiense – foi indicado, inclusive, ao Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro e ao Oscar, ambos na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Nos anos que se seguiram, Cantet lançou outros cinco filmes: 7 Dias em Havana (2011), Foxfire: Confissões de Uma Gangue de Garotas (2012), Retorno a Ítaca (2014), A Trama (2017) e Arthur Rambo: Ódio nas Redes (2021). Todos, em geral, com críticas positivas e passagens importantes por festivais renomados, como Chicago, San Sebastián, Toronto e Veneza.
Em comunicado, a organização do Festival de Cannes homenageou o diretor, classificando-o como um “humanista feroz, que buscou a luz apesar da violência social, e que encontrou esperança apesar da dureza da realidade”. “Seu trabalho coerente desenha um cinema sensível, à flor da pele e à margem da sociedade“, finaliza.
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