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A atriz ítalo-americana Leila Goldoni morreu no último sábado, 22, aos 86 anos, num asilo para artistas, em Englewood, Nova Jersey, Estados Unidos. A causa da morte não foi revelada. Goldoni ficou amplamente conhecida já em sua primeira aparição nas telonas, como protagonista do icônico Sombras (1959), primeiro longa-metragem do então ator John Cassavetes como diretor, uma das pedras fundamentais do cinema independente norte-americano. Nesse emblemático filme ela interpreta uma mulher afro-americana que se passa por branca. Quando seu namorado (vivido por Tony Ray, filho do diretor Nicholas Ray) conhece um de seus irmãos de pele mais retinta (Hugh Hurd) e percebe que ela é negra – de acordo com os marcadores raciais dos EUA -, e surgem as tensões que marcam de modo fundamental essa obra-prima. Lelia tinha apenas 20 anos quando embarcou nesse projeto que a tornaria conhecida.

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Em Sombras

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Lelia Goldoni conheceu John Cassavetes em 1956, quando entrou para uma oficina de atuação que ele tinha fundado. “Ele estava sempre em estado de descoberta. Aprendi que se você não ousar, não consegue”, disse ela mais tarde. Sombras foi financiado por doações, rodado no início de 1957 com uma câmera leve de 16 mm emprestada da diretora Shirley Clarke e ninguém foi pago. E a interpretação de Goldoni é fundamental ao sucesso desse filme que anunciaria uma mudança marcante no cinema dos Estados Unidos, especialmente aquele feito longe dos grandes e burocráticos trâmites de Hollywood. Nos anos 1970, a atriz se mudou para o Reino Unido, onde filmou Um Golpe à Italiana (1969). Ao retornar aos Estados Unidos, participou do elenco de filmes importantes como Alice Não Mora Mais Aqui (1974), O Dia do Gafanhoto (1975) e Invasores de Corpos (1978). Mais recentemente, ela integrou os elencos da minissérie Pacífico (2010) e do filme Filha do Mal (2012). Além disso, Goldoni ensinou técnica de atuação e análise de roteiro no Lee Strasberg Institute, entre outros, e projetou um currículo de teatro pós-escolar para alunos de cinco a 11 anos em Los Angeles.

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No teatro
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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.

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