É o Brasil de norte a sul! Na manhã dessa terça-feira, 23, a Netflix promoveu uma coletiva para tratar de diversas apostas no audiovisual brasileiro. Em transmissão ao vivo, que ocorreu de forma exclusiva para os profissionais da imprensa – e entre os convidados, é claro, estava o Papo de Cinema – as mais de duas horas de debates do Mais Brasil Na Tela abordaram formas de como a indústria nacional pode ser mais competitiva num cenário global. As atividades soaram também como um positivo tom de reação aos anúncios de investimentos em diversas produções nacionais no último ano das plataformas Globoplay e Amazon Prime Video.
Aos longo dos primeiros minutos do vídeo de apresentação, os atores Christian Malheiros, Jessica Córes, Leandro Hassum, Naruna Costa e Tainá Müller falaram sobre a importância da representatividade nacional na tela do serviço de streaming. Naruna, que também atuou como apresentadora, frisou que inserir mais histórias de “diversos Brasis” ajudam na “composição da nossa nação”. Na sequência, Rodrigo Antonio, da APAN, Mauro Garcia, da BRAVI, Leonardo Edde, do SICAV, Belise Mofeoli, roteirista e representante da ABRA, a cineasta Ana Luiza Azevedo, e Paulo Rogério, da AFRO.TV, refletiram sobre os caminhos para um audiovisual mais plural. Ana Luiza, inclusive, falou sobre a busca cada vez mais constante da Netflix em produzir obras que fujam de “temas convencionais”. “Quantos profissionais perdem chance de expandir seu trabalho por se limitar a contar mais do mesmo?”, acrescentou Luiza.
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Em seguida, Francisco Ramos, vice-presidente de Conteúdo da Netflix para a América Latina, falou brevemente sobre a trajetória da companhia produzindo no país. Em sua deixa, apresentou Elisabetta Zenatti, vice-presidente de Conteúdo da Netflix para o Brasil, e Adrien Muselet, Gerente Sênior de Aquisição de Conteúdo da Netflix, que discorreram sobre a estratégia do conteúdo brasileiro. Em painel, Adrien disse frisou que a relação da Netflix com nossa história é muito recente – começando com O Matador (2017). Desde então, “gastamos muita energia para ampliar essas conexões”. “Hoje, temos mais 150 produções originárias daqui, entre originais e licenciados”, acrescentou Ramos. Já Elisabetta, alegou ter tido uma “grata supresa no processo”, pois o cinema brasileiro possui “muitos plays não só no Brasil, mas como também no exterior”. Em sua última participação, Adrien Muselet fortaleceu o desafio de “experimentar um pouco mais, produzir filmes e séries de gêneros um pouco menos tradicionais no Brasil, como ação e terror”. Thiago Martins reforçou as palavras de Muselet falando sobre Carga Máxima, primeiro filme brasileiro de ação da Netflix, exibindo um teaser oficial inédito. Além disso, a contratação do diretor Afonso Poyart – para projetos futuros – foi confirmada.
Na finalização deste bloco, a diretora criativa Carina Schulze deixou claro que o sucesso da parceria Netflix-Brasil começou com a série 3% (2016-2020). A partir daí, foi “percebido o interesse do brasileiro em temas pouco comuns na cinematografia daqui, pois de alguma forma transitam no microuniverso de cada espectador”. No mesmo papo, o ator e roteirista Rodrigo Sant’Anna foi inserido para falar sobre A Sogra Que Te Pariu, sitcom que está prevista para estrear em 2022. Aliás, Rodrigo comentou em tom de brincadeira que “não existe tema mais universal que a sogra intrometida”. Carina também comprovou que estão produzindo novelas para o Brasil. No entanto, apontou que o formato não será o clássico. Não foram relevadas outras informações. Uma adaptação do Menino Maluquinho para uma série de animação também está no radar.
Projetos da escritora Thalita Rebouças e novos shows exclusivos de Thiago Ventura, Bruna Louise, Afonso Padilha e Whindersson Nunes no stand-up foram confirmados. Neste contexto, também foram carimbadas as novas temporadas de Bom Dia Verônica, Irmandade e Sintonia, além de três novos filmes de Leandro Hassum e o Queer Eye Brasil. O desenvolvimento de uma minissérie ficcional sobre a tragédia da boate Kiss, ocorrida em 2013, também está em pré-produção.
Num encontro especial, os cineastas indicados ao Oscar Fernando Meirelles e Carlos Saldanha enviaram vídeos falando sobre como criar para o grande público. Ambos reforçaram o compromisso de retratar mais negros e indígenas em seus trabalhos. Já na parte final, o co-CEO da Netflix Reed Hastings, numa participação especial, revelou dados da pesquisa “Afinidade Cultural” sobre o impacto positivo de produções brasileiras. Narura Costa conduziu o encerramento com a leitura de trechos do livro Mais Brasil na Tela. A publicação, de 287 páginas, homenageia a a parceria Brasil-Netflix. O trio Clarianas, de música popular de raiz, também se apresentou.
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