A atriz alemã Margit Carstensen morreu na última quinta-feira, 01, aos 83 anos, em decorrência do agravamento de um quadro de enfisema pulmonar, num hospital da cidade alemã de Heide. A artista que havia se retirado da atividade há alguns anos tem sua carreira marcada pela fértil colaboração com o seu compatriota cineasta Rainer Werner Fassbinder, com quem fez o icônico As Lágrimas Amargas de Petra von Kant (1972), por muitos considerado o seu grande trabalho no cinema. Nesse longa-metragem adaptado às telonas de uma peça escrita por Fassbinder, Carstensen interpreta a protagonista, uma estilista recém-divorciada que se apaixona por uma forasteira e vive com ela um turbilhão de ciúmes e sofrimento amoroso. A importância de Petra von Kant aumenta quando sabemos que ela se tratava da personagem que Fassbinder considerava a mais autobiográfica de sua carreira.
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Com o amigo e realizador alemão, Margit Carstensen fez cerca de 15 trabalhos nos anos 1970, entre produções para o cinema e para a televisão. sendo outro de destaque entre eles Martha (1974), no qual a atriz também atua como protagonista. Carstensen e Fassbinder se conheceram em Bremen, cidade à qual a atriz se mudou em 1969. Nascida em 1940, ela era filha de um médico que foi a Hamburgo em 1965 depois de estudar teatro em sua cidade natal, Kiel. Mesmo após a longa colaboração com Fassbinder, ela considerava o teatro como a sua verdadeira casa, com destaque nesse sentido as suas residências em Darmstadt, no Staatlichen Schauspielbühnen na então Berlim Ocidental, e em Estugarda, onde trabalhou com o proeminente diretor de teatro Hansgünther Heyme. Outros trabalhos de extrema relevância de sua filmografia são Possessão (1981) e Colheita Amarga (1985). O último trabalho de Margit Carstensen nas telas foi em 2016 na tradicional série policial Tatort (1970-).