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Os tempos de Big Brother Brasil, definitivamente, ficaram para trás. Campeã do badalado reality show em 2018, Gleici Damasceno transita por outro ambiente do audiovisual: o cinema. Após fazer uma breve participação na novela O Outro Lado do Paraíso, ainda em 2018, a atriz estreou com o pé direito na tela grande com Noites Alienígenas. A premiada obra lançada em 2022 não somente foi elogiada pela crítica, mas também lhe rendeu a oportunidade de realizar o sonho de abordar artisticamente as belezas – e também mazelas – do lugar onde nasceu, o Acre. Dando sequência a sua ascensão, Gleici também já estrelou Ninguém é de Ninguém (2023) e Resistir e Recomeçar (2023). Agora, em 2024, ao terminar de rodar o mais novo longa, Maria da Liberdade: A Santa do Rio dos Pássaros, ela retorna à missão central: revelar cada vez mais suas origens. Para nos contar sobre tudo isso e mais um pouco, a artista bateu um papo de cinema exclusivo conosco. Siga o fio!

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Gleici nos revelou que a oportunidade de atuar e, em paralelo, também poder articular sobre tudo o que viveu, é um grande encontro de sonhos. “Sempre foi um objetivo, que estou tendo a honra de alcançá-lo. Reforçar a cultura do meu lugar, minhas origens… e de me aproximar e conhecer ainda mais. Com Noites Alienígenas, por exemplo, aprendi muito sobre a minha própria cultura. Poder mostrar isso para os outros é muito importante pra mim”, conta.

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Gabriel Knoxx e Gleici em Noites Alienígenas. Foto: divulgação

Ela segue: “desde pequena sempre sonhei em trabalhar com arte, ser atriz… após o BBB comecei a estudar mais, inclusive. Havia trabalhado com teatro na adolescência, mas cinema nunca tinha pensado. Noites Alienígenas foi meu primeiro filme. Depois que me envolvi, descobri como é um set de cinema e conheci a galera que faz o cinema no Brasil acontecer, me identifiquei muito. Mesmo com toda a dificuldade o cinema é feito no nosso país com dedicação e amor. Tudo tão verdadeiro. Sempre fiz tudo assim na minha vida. Me pegou, sabe? É o que gosto de fazer”.

Quem é a Santa do Rio dos Pássaros?

Ainda sem previsão de estreia nos cinemas, Maria da Liberdade: A Santa do Rio dos Pássaros segue uma personagem real morta em 1908 após um caso de violência sexual ocorrido num seringal local. Com o passar dos anos, ela foi transformada em santa popular pelos seringueiros e outros moradores da localidade em função de autênticos milagres registrados a cada vez que necessitados a ela se dirigem com rogações. Hoje, a santa popular possui, inclusive, uma capela oficial às margens do Rio Envira, que banha os estados do Acre e Amazonas.

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Capela Maria da Liberdade. Foto: divulgação

Sobre sua participação na empreitada, que mistura ficção e documentário, Gleici alega ser “um dispositivo ficcional”. “As pessoas estão confundindo e pensando que eu sou a Maria da Liberdade, mas não (risos). O nome da minha personagem também é Maria, mas ela é uma representação paralela”, ressalta. Sobre o que o público pode esperar da trama, ela conta que o enredo “vai falar muito sobre essa mulher, mas também vai abrir para outras questões, como milagres e o lugar da mulher na sociedade. Na época das gravações, falamos no set que muitas outras ‘Marias’ vão se identificar, e que essas mulheres possam entender a violência que elas sofrem dentro dos seus relacionamentos amorosos, profissionais e familiares”.

As “pequenas Gleicis”

Reconhecida como ícone do Acre, a atriz também falou sobre servir de exemplo para outras meninas do estado. “Desde sempre minha vida foi pautada por tentar ser referência para outras meninas, seja da minha família ou fora. Não quero passar nesse mundo só por passar, sabe? Nunca me senti capaz de estar na TV. Quando era pequena sempre pensava que era impossível, pois não via ninguém igual a mim. Todo filme, novela ou série que assistia, nunca me via representada. Primeiro que não via mulher negra, segundo que não via mulher da Amazônia… pior ainda. Várias regiões, aliás, ainda são pouco representadas. E temos uma cultura muito rica. Agora estamos vendo as pessoas começarem a se interessar por isso tudo. É uma missão minha. Em todos os lugares que estou, sempre digo que não estou sozinha, ocupo espaços ao lado de outras tantas meninas que vieram de onde eu vim”, completa. A seguir, fique com um trecho do nosso bate-papo.

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: [email protected]
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