Megalopolis :: Francis Ford Coppola vai bancar do próprio bolso os US$ 120 milhões do orçamento

Publicado por
Marcelo Müller

Há muitas formas de financiar um filme. Mas, seguramente poucos são os cineastas que têm condições de arcar por conta própria com os orçamentos dos seus projetos – principalmente em Hollywood. Por bem, enquanto seus contemporâneos como Martin Scorsese fecham contratos exorbitantes com empresas de streaming, Francis Ford Coppola decidiu investir do próprio bolso a quantia para tirar do papel o antigo projeto de Megalopolis. E o orçamento previsto para esse filme não é pequeno: US$ 120 milhões. De acordo com o próprio cineasta numa recente entrevista ao GQ, o projeto é tão ambicioso que nenhum grande estúdio jamais toparia banca-lo, e comparou as reticências de Hollywood com as que ele enfrentou ao apresentar o projeto de Apocalypse Now (1979): “e naquela época eu era o cineasta mais ‘quente’ da cidade, dono de cinco Oscar recentes (…) sei que quanto mais pessoal o filme, mais dificuldades eu teria para financia-lo”. Há algum tempo Coppola vem conversando com grandes nomes para assumir os papais principais (algumas especulações você encontra nas notícias relacionadas abaixo).

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A trama de Megalopolis permanece um mistério, mas Francis Ford Coppola a definiu na mesma entrevista com o “uma história de amor e uma investigação filosófica sobre a natureza do homem”. E para finalmente tirar o projeto do papel, ele vendeu uma parte significativa de sua bem-sucedida empresa vitivinícola para obter uma linha de crédito compatível com a empreitada. “Não é como se US$ 120 milhões fossem uma parcela do que tenho. Deixei muito dinheiro para todos os meus filhos. Mas, a maior coisa que deixei aos meus filhos é o seu know-how e o seu talento. Eles não vão ter problemas. Todos são muito capazes. E eles têm Inglenook [a vinícola da família], onde estamos. Não há nenhuma dívida neste lugar. Nenhuma”. Perguntado se tinha medo de que Megalopolis representasse um fracasso comercial como foi O Fundo do Coração (1981), ele foi enfático: “Não poderia me importar menos com o impacto financeiro disso. Não significa absolutamente nada para mim”.

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Jornalista, professor e crítico de cinema membro da ABRACCINE (Associação Brasileira de Críticos de Cinema,). Ministrou cursos na Escola de Cinema Darcy Ribeiro/RJ, na Academia Internacional de Cinema/RJ e em diversas unidades Sesc/RJ. Participou como autor dos livros "100 Melhores Filmes Brasileiros" (2016), "Documentários Brasileiros – 100 filmes Essenciais" (2017), "Animação Brasileira – 100 Filmes Essenciais" (2018) e “Cinema Fantástico Brasileiro: 100 Filmes Essenciais” (2024). Editor do Papo de Cinema.