Uma das tantas preocupações do nosso setor cultural, a Cinemateca Brasileira vai ser temporariamente gerida pelo Ministério do Turismo. A medida foi publicada no Diário Oficial desta segunda-feira, 23, e sinaliza que pelo menos até outubro de 2021 a instituição ficará sob a responsabilidade da Secretaria Nacional do Audiovisual, setor alocado na pasta do Turismo e chefiado pelo promotor de eventos Bruno Graça Melo Côrtes. Fechada desde agosto, quando o governo federal acionou a Polícia Federal para tomar as chaves do prédio – numa atitude considerada completamente autoritária pela classe cultural –, a Cinemateca deixou de prestar serviços ao público externo, como a cessão de material para pesquisadores, por exemplo. O prédio localizado na cidade de São Paulo abriga o maior acervo audiovisual do Brasil, este citado, até internacionalmente, como um tesouro de valor incalculável.
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De acordo com o Ministério do Turismo, a interrupção nos serviços ao público se deu por conta da pandemia e da necessidade de escolher outra Organização Social para assumir a gestão após a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto deixar a Cinemateca. O desligamento da OS anterior se deu por falta de repasse de verbas do governo federal, numa situação periclitante arrastada por mais de sete meses. A atitude do governo federal colocou – e ainda coloca – em risco mais de 120 anos de história. A classe cultural cobra uma solução para o imbróglio criticado por diversas figuras proeminentes do cinema mundial. Ainda não há a confirmação oficial de que a subordinação da Cinemateca Brasileira ao Turismo significa uma retomada das atividades e dos devidos cuidados com os documentos e os filmes lá depositados ou se acabará sendo outra media paliativa de pouca efetividade.