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Uma das grandes atrizes da TV e do cinema nacional nos deixou nesta terça-feira, 15. Léa Garcia faleceu, aos 90 anos, na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul. Numa triste coincidência, Léa seria homenageada justamente na noite de hoje, no 51° Festival de Cinema de Gramado, com o Troféu Oscarito, ao lado de Laura Cardoso, pelo conjunto de sua obra. A informação foi confirmada pelos familiares de Léa, nas redes sociais. “É com pesar que nós familiares informamos o falecimento, agora, na cidade de Gramado, da nossa amada Léa Garcia”, diz o post. Já a organização do Festival de Gramado divulgou o seguinte comunicado: “De acordo com o Hospital Arcanjo São Miguel, a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio. Dona Léa Garcia havia chegado a Gramado no último sábado (12) acompanhada do filho, Marcelo Garcia. A atriz circulava diariamente pelo evento, onde acompanhou diversas sessões no Palácio dos Festivais. Em uma de suas passagens pelo tapete vermelho, a atriz afirmou ter “um enorme prazer em estar mais uma vez em Gramado. Esse calor, essa receptividade com a qual a cidade nos recebe. Aqui tem um leve sabor de chocolate no ar. Obrigado a todos que fazem o festival, que participam e que concorrem. Aqui me sinto sempre prestigiada”.”

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Foto: Cleiton Thiele.

Nascida na capital carioca em 1933, Léa Lucas Garcia de Aguiar começou a se dedicar aos palcos, cinema e televisão há mais de sete décadas. Iniciou a carreira nos anos 1950, no teatro. Conheceu aos 16 anos o Teatro Experimental Negro, companhia pela qual passou a fazer apresentações. Estabeleceu seu nome na história do cinema logo na estreia. No papel de Serafina, prima de Eurídice, personagem cômica criada para o enredo, estrelou Orfeu do Carnaval (1959), filme que mostrou ao mundo como eram os dias do carnaval no Brasil. A coprodução França-Itália-Brasil, inclusive, venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1960.

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Ao longo de sua trajetória, também ficou famosa por seu trabalho na teledramaturgia, com destaque para a antagonista Rosa, em A Escrava Isaura, novela de 1976. Em 2007, venceu o Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro como Melhor Atriz Coadjuvante por O Maior Amor do Mundo (2006). Ao longo de uma jornada de mais de 60 anos, foi premiada nos festivais de Gramado, Toronto, Cuiabá e Aruanda, entre outros. Um dos seus últimos trabalhos na tela grande, aliás, foi como protagonista de Um Dia Com Jerusa (2020), de Viviane Ferreira. Vale lembrar que essa imponente caminhada, no mês passado, foi registrada e lançada ao público através do livro Entre Mira, Serafina, Rosa e Tia Neguita: A Trajetória e o Protagonismo de Léa Garcia, de Julio Claudio da Silva, que já está disponível para venda.

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Fanático por cinema e futebol, é formado em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Feevale. Atua como editor e crítico do Papo de Cinema. Já colaborou com rádios, TVs e revistas como colunista/comentarista de assuntos relacionados à sétima arte e integrou diversos júris em festivais de cinema. Também é membro da ACCIRS: Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul e idealizador do Podcast Papo de Cinema. CONTATO: [email protected]
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