Foi anunciado nesta quinta-feira, 9 de dezembro, o falecimento da cineasta italiana Lina Wertmüller. Ela tinha 93 anos de idade, e segundo o comunicado oficial, ela morreu “pacificamente em casa, ao lado da filha e de pessoas queridas”. Com cerca de 20 longas-metragens de ficção na carreira, além de documentários, curtas-metragens e telefilmes, ela comandou seu último projeto em 2014: uma biografia do compositor Gioachino Rossini, intitulada Roma, Napoli, Venezia… In Un Crescendo Rossiniano.
No circuito internacional, tornou-se conhecida como a primeira mulher da história a ser indicada ao Oscar de melhor direção por Pasqualino Sete Belezas (1975), que também lhe rendeu uma indicação na categoria de melhor roteiro. Em 2020, ela recebeu o Oscar honorário pelo conjunto da carreira.
LEIA MAIS
Dean Stockwell, ator de Veludo Azul e Duna, morre aos 85 anos
Diretor de Um Lugar Chamado Notting Hill, Roger Michell morre aos 65 anos
Ator francês Jean-Paul Belmondo morre aos 88 anos
Lina Wertmüller começou sua carreira através da amizade com Federico Fellini, que se tornou seu mentor no cinema italiano. No mesmo ano em que foi assistente de direção de 8 1/2, ela dirigiu seu primeiro longa-metragem, I Basilischi (1963), pelo qual venceu o prêmio de melhor direção no Festival de Locarno.
A seguir, tornou-se uma figura frequente nos maiores festivais de cinema do mundo: ela apresentou Mimi, o Metalúrgico (1972) em Cannes; Dois Perdidos numa Noite de Chuva (1978) e Camorra (1985) em Berlim, e Em Noite de Lua Cheia (1989) em Veneza. Em 2010, recebeu o David di Donatello honorário pela carreira.
A cineasta chegou a ser convidada para dirigir grandes projetos em Hollywood, mas criticou o funcionamento da indústria nos Estados Unidos, onde “os diretores com talento de verdade ficam tão seduzidos pelo sucesso que aproveitam a oportunidade de ganhar muito dinheiro fazendo filmes barulhentos para jovens”. Ela seguiu atuando em seu país de origem.