Foi anunciada nesta quinta-feira, 25, a morte do diretor francês Bertrand Tavernier. O comunicado veio por meio do Instituto Lumière, em Lyon, onde o cineasta ocupava o cargo de presidente. Ele tinha 79 anos, e deixou como último trabalho o documentário Viagem Através do Cinema Francês (2017), que combina a história da França com a evolução do cinema no país.
Tavernier foi cineasta, escritor, crítico de cinema, gestor cultural, roteirista, produtor e ator. Filho de um crítico literário de direita, ele toma distância do pai e assume uma forte defesa da esquerda francesa, utilizando seus filmes e artigos para denunciar a ascensão da extrema-direita no país, os atos de tortura durante a guerra da Argélia e os maus-tratos com imigrantes nas periferias das grandes cidades.
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Ele dirigiu seu primeiro longa-metragem em 1974, O Relojoeiro, adaptação da obra de George Simenon pela qual venceu dois prêmios no Festival de Berlim. Distante do grupo da Nouvelle Vague, formado por Jean-Luc Godard, François Truffaut, Éric Rohmer e outros, preferiu um estilo considerado mais acadêmico, abraçando a herança americana dos filmes policiais e dramas de época. Prolífico, realizou aproximadamente uma obra por ano até o fim de sua vida.
Entre seus maiores trabalhos se encontram o drama Um Sonho de Domingo (1984), que lhe rendeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes, o drama musical Por Volta de Meia-Noite (1986), premiado em Veneza, o drama de guerra A Vida e Nada Mais (1989), recompensado com o BAFTA, e o suspense criminal A Isca (1995), pelo qual venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim. Ficou conhecido pela colaboração com o grande ator Philippe Noiret, que protagonizou nove de seus filmes.