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Morreu nessa quarta-feira, 09 de agosto, o ator e diretor de teatro Aderbal Freire Filho. Ele tinha 82 anos e estava internado no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro. O artista vinha tendo complicações de saúde desde 2020, quando sofreu um AVC hemorrágico. Nascido em 08 de maio de 1941, era casado desde 2004 com a atriz Marieta Severo, e deixa dois filhos, Camilo e Aderbal. Sua morte foi confirmada por familiares em comunicado oficial.

Nascido em Fortaleza, começou a carreira artística aos 13 anos em grupos amadores de teatro. Por pressão dos pais, formou-se em Direito, mas nunca exerceu a profissão. Aderbal se mudou para o Rio de Janeiro em 1970, e no mesmo ano fez sua estreia como ator em Diário de um Louco, de Gogol. Como diretor, teve sua primeira montagem em 1972, com O Cordão Umbilical, de Mário Prata. O sucesso, no entanto, bateria na sua porta um ano depois, ao comandar o monólogo Apareceu a Margarida, de Roberto Athayde e estrelado por Marília Pêra. Ao longo das décadas seguintes dirigiu inúmeras peças de imensa repercussão e reconhecimento, como Corpo a Corpo (Oduvaldo Vianna Filho, 1975), Em Algum Lugar Fora Deste Mundo (José Wilker, 1978), Besame Mucho (Mario Prata, 1983), Lampião (autoria própria, 1991), Senhora dos Afogados (Nelson Rodrigues, 1994), Casa de Bonecas (Henrik Ibsen, 2001), Tio Vânia (Anton Tchecov, 2003) e Hamlet (William Shakespeare, 2008). Sua despedida se deu com uma peça escrita por ele mesmo, Depois do Filme, em 2011.

Apaixonado pela sétima arte, adaptou para os palcos versões teatrais de textos consagrados antes na tela grande, como O Carteiro e o Poeta (Antonio Skarmeta, 1997), A Prova (David Auburn, 2002) e Sonata de Outono (Ingmar Bergman, 2005), entre outros. Essa relação sempre muito próxima não poderia seguir platônica por muito tempo, e em 2008 se reinventou como ator de cinema, sob o comando de Domingos Oliveira, como um dos protagonistas de Juventude (2008), aparecendo ao lado do próprio Domingos e de Paulo José. Por este desempenho o trio recebeu o kikito de ‘Mérito Artístico’ no Festival de Cinema de Gramado.

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Aderbal Freire Filho e Domingos Oliveira, responsável por tê-lo estreado como ator de cinema

Voltaria a trabalhar com Domingos em Paixão e Acaso (2012). Nos anos seguintes faria participações na comédia Giovanni Improtta (2013), do amigo José Wilker, e no thriller Dente por Dente (2020). Seu último grande trabalho no audiovisual, no entanto, seria o pouco visto Amores de Chumbo (2018), drama romântico que estrelou em parceria com a amiga de longa data Juliana Carneiro da Cunha. Também apareceu na televisão, em minisséries (Dupla Identidade, 2014) e como apresentador (Arte do Artista, 2012-2016). Sua grande paixão, no entanto, sempre foi o teatro, e por ele sempre foi reconhecido, em diversas cerimônias e premiações, o que fez dele um dos mais importantes realizadores da área no país.

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é crítico de cinema, presidente da ACCIRS - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul (gestão 2016-2018), e membro fundador da ABRACCINE - Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Já atuou na televisão, jornal, rádio, revista e internet. Participou como autor dos livros Contos da Oficina 34 (2005) e 100 Melhores Filmes Brasileiros (2016). Criador e editor-chefe do portal Papo de Cinema.
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